A Construção do Currículo e a Cosmovisão Cristã

A construção do currículo cristão deve ter como fundamento a Bíblia. É sobre ela, assentado nos seus ensinos, que desenvolvemos nossa prática cristã. As Escrituras Sagradas também são a base de nossa visão de mundo. E, nossa visão de mundo influencia a construção do currículo cristão. 

A cosmovisão pode ser definida como a lente pela qual vemos o mundo, como interpretamos o que está à nossa volta. Ela está muito relacionada com as respostas que damos às diversas situações da vida, com nosso modo de ver e responder ao que observamos. Ela se relaciona com nossos valores, crenças, idéias e ideais, conceitos sobre a vida, sobre o mundo, sobre nós mesmos e sobre os outros e nossas concepções. Todo ser humano possui uma cosmovisão, seu conjunto de pressupostos pelo qual ele avalia o mundo, e que influencia nosso modo de atuarmos.

Existem muitas cosmovisões. Algumas tem pontos em comum, mas também diferem em muitas questões. Por isso, muitas cosmovisões diferentes podem entrar em choque, por serem antagônicas em muitos aspectos, principalmente para aqueles que seguem os padrões bíblicos. O apóstolo Paulo, em Romanos 12.2, nos diz para não tomarmos a mente do mundo. Dessa forma, precisamos viver uma cosmovisão diferente da que o mundo comumente apresenta. Precisamos optar por viver segundo uma visão de mundo Bíblica/Cristã, uma Cosmovisão Bíblica/Cristã. E ela influencia todo nosso modo de atuação no mundo.

Como educadores cristãos, nossa cosmovisão influencia nosso fazer educacional, tanto a reflexão, como o desenvolvimento, tanto o planejamento como a ação educativa.

Levando em consideração o currículo educacional, por exemplo, sabemos que ele não é imparcial, pois na sua construção colocamos, além dos saberes formais, muito do que acreditamos, e de como nos posicionamos ante as várias questões que a vida nos apresenta, em resumo, nossa cosmovisão. Nossa visão de mundo está presente em nossa prática educativa, ela faz parte de nossa vida. 

Assim na construção ou seleção do currículo que utilizaremos em nossas igrejas, precisamos pensar na cosmovisão que está por trás. O mesmo ocorre nas escolas, de modo geral. A questão é que o currículo tem uma intencionalidade (que muitas vezes vai além do que está proposto no planejamento). Há uma visão de mundo por trás, e isto pode ser intencional ou não, percebido ou não. Por isso a importância de uma escolha criteriosa do material que utilizamos em nossas igrejas. 

Se isto é preocupante quando se fala de educação de adultos, à medida que se diminui a faixa etária é ainda mais desafiador. Como educadores cristãos percebemos que muitas cosmovisões entram às vezes de forma sutil na mente de nossas crianças, juniores, adolescentes e jovens, travando uma disputa de poder.

O currículo educacional cristão deve levar isto em consideração. A base bíblica e cristã reflete nossa cosmovisão bíblica e cristã. 

Na cosmovisão bíblica/cristã o homem descobre que Deus, o único e verdadeiro Deus, se preocupa com ele, se preocupa com todos nós seres humanos. Ele também descobre que tem uma missão. Não estamos sozinhos, não somos obra do acaso, não nascemos por nada, ou simplesmente aparecemos, sem um sentido definido, ou uma razão. Somos fruto de um Deus amoroso que tem um plano para cada um de nós. Na cosmovisão Bíblica/Cristã é que encontramos nosso devido papel. 

Como educadores cristãos, esta compreensão precisa estar presente nos nossos currículos, buscando o aperfeiçoamento dos santos, fazendo discípulos, instruindo nossas crianças, para que não se desviem e sigam prontos a responder a qualquer que perguntar a razão da sua esperança, a razão da sua fé.