Há algum tempo venho observando o desenvolvimento crescente do ministério com crianças. Antes, a maioria dos líderes e pais viam o ministério como um espaço onde as crianças ficavam entretidas enquanto seus pais prestavam culto a Deus em um templo maior e, na maioria das igrejas, um espaço sem nenhum cuidado para que as crianças tivessem um ambiente apropriado para o seu aprendizado.
Hoje, já conseguimos experimentar uma cultura, um olhar diferenciado para esse grupo. Os espaços que recebem os pequenos deixaram de ser apenas “salinha” e passaram a ser uma igreja mirim, templo infantil, culto infantil…As pessoas que se dedicam a esse ministério deixaram de ser apenas “tios” e passam a ser também evangelistas de crianças e pastores de crianças. A dedicação, a entrega e os estudos passaram a complementar a unção dada por Deus.
Investir em ministério infantil é investir em vidas, em almas que precisam ser alcançadas para Cristo, vidas que precisam ser cuidadas, ensinadas, transformadas para o Reino. Mateus 19.14 diz: “Jesus, porém, disse: Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais, porque o reino do céu é dos que são como elas”.
Hoje muitas crianças levam suas famílias para Jesus e para a igreja . A igreja é uma auxiliadora da família na formação da identidade cristã da criança.
Porém a responsabilidade do cuidado, da orientação e da provisão de uma criança continua sendo da família. É com a família que a criança deve ter suas primeiras experiências com Deus. Através do exemplo de seus pais, tios ou avós, a criança vai entender que tudo aquilo que ela aprende aos domingos na igreja é bom para a sua vida e vai fazer diferença na sua maneira de pensar, agir e sentir.
A Bíblia nos mostra que o dever de ensinar e instruir a criança acerca de Deus é responsabilidade dos pais. As coisas que as crianças aprendem quando crianças vão orientar o resto das suas vidas. Nenhuma educação é perfeita, mas o ensino baseado nos princípios bíblicos é o melhor alicerce.
Deus nos deu um manual que é a Bíblia. Provérbios 22.6 nos dá uma missão: “Instrui a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando envelhecer não se desviará dele”.
Deuteronômio 6.6-7 complementa: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás sentado em casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te”.
Somos profetas de Deus sobre a vida dos nossos filhos! Deus nos deu uma autoridade espiritual sobre a vida dos nossos filhos! Uma autoridade que deve ser exercida por exemplo e não por autoritarismo ou negligência. Ensine com persistência, com sabedoria, com a direção de Deus.
O Apóstolo Paulo em 2Timóteo 3.15 lembra ao jovem Timóteo, um momento que ele tem que tomar decisões: “[…] pois desde a infância sabes as Sagradas Letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”.
Paulo lembra a Timóteo que os ensinamentos bíblicos devem modelar a sua fé e vida. Paulo se refere sobre a fé sem fingimento que lhe foi ensinada desde pequeno pela sua mãe e sua avó.
Salmos 78.4-7 nos fala para contarmos a nova geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder, suas maravilhas. Ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos de modo que a geração seguinte a conhecesse, e os filhos que ainda nasceriam, contassem aos seus próprios filhos.
Depositando a confiança em Deus, não esquecerão os seus feitos. Deus nos confiou seus próprios filhos, nos encarregou, nos deu uma missão de cuidar, de zelar por cada um deles. Deus nos deu o seu único Filho, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna. Se a alma de uma criança perece por negligência, por omissão de seus pais, há uma consequência para eles. Os pais são responsáveis diante de Deus pela alma de seus filhos.
A Bíblia nos diz: “Mas a quem fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim seria melhor se lhe pendurassem no pescoço uma pedra de moinho e afundasse nas profundezas do mar” (Mateus 18.6).
Não somos perfeitos, temos erros, mas o nosso erro não deve ser pedra de tropeço para que um desses pequenos se aproximem de Deus. Em Gênesis Deus ,desde a criação, tem demonstrado o seu grande amor pela sua obra. Deus tomou o homem para si e o colocou no Jardim do Éden para o cultivar e o guardar e foi justamente quando Adão e Eva desviaram os seus olhares das coisas de Deus, que houve a queda de toda a humanidade. Acharam que seriam auto suficientes para fazerem suas próprias escolhas sem a direção de Deus e com isso toda as gerações sofrem uma consequência.
Se existe algo em você que impede que o seu filho conheça a Deus ,a ordem que Deus nos dá é que arranquemos fora (Mateus 18.7-9). Mas Ele também nos acalma dizendo: “Quem receber uma criança, em meu nome, a mim recebe”.
Antes de qualquer papel que assumimos, somos filhos, e quando nos colocamos na posição de filhos do Pai, nós permitimos que Deus cuide, nos ensine, nos oriente para que sejamos reflexo do seu amor na vida dos nossos filhos e da nossa família.
Educar filhos é um grande desafio que exige sacrifícios, porém esses sacrifícios se tornam pequenos diante do amor que nasce junto. Conduzir o coração de um filho a Deus precisa ter coragem, força, ânimo, esperança e fé. Acredito na promessa que diz: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. E devemos nos apegar a essa promessa, crendo que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus!