Existem momentos em que a paz parece algo inatingível, principalmente naqueles em que desafiam a prática da fé, diante de incertezas, inquietações, provações e sofrimento. Entretanto, ao deparar-se com textos sobre a origem da paz e a sua presença, mesmo que não se tenha tamanha compreensão, observa-se que de fato tudo está sob a autoridade do Senhor. Não existe situação ou circunstância sobre a qual Ele não tenha controle absoluto.
A presença de situações desafiantes à prática da fé, pode ser vista como um caminho para aprender sobre perseverança, quietude e escuta ativa e responsiva ante a voz do “Bom Pastor”. Afinal, o ato de dependência requer confiança que afasta a ansiedade, na medida em que ocorre a submissão da vontade humana à vontade daquele que pode fazer “infinitamente mais, do que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20). Viver com esta verdade, é uma clara manifestação de uma fé dinâmica e viva.
A fé é o que move o ser humano a confiar, mesmo diante de um cenário negativo, desolador e sem esperança. Essa fé, porém, não está sustentada em qualquer base, como não pode ser experimentada ou vivida sob um falso argumento do pensamento positivo. A fé genuína se completa em Deus e tem uma única finalidade: glorificação. Ao se exercer a fé, ocorre um ato de glorificar ao Senhor por quem Ele é, o que demarca a presença da gratidão, seja qual for a resposta diante da circunstância vivida. Situação expressa na oração de Jesus: “contudo, que seja feita a tua vontade, e não a minha” (Lc 22.42).
Quando o apóstolo Paulo afirma na carta escrita à Igreja de Filipos, que a paz de Deus excede todo o entendimento (Fp 4.7), o seu objetivo talvez, fosse o de demonstrar que a mente ou esforço humano não é o meio de alcançá-la, bem como não se pode atribuir razões e nem ter o conhecimento necessário para explicá-la, porque a fonte da paz não provém da criatura, mas do Senhor, o criador de todas as coisas.
A paz que vem de Deus atinge todas as dimensões da vida humana, portanto, ela não é efêmera ou superficial, mas perdura e traz contentamento e esperança. Por isso que o apóstolo Paulo arremata esclarecendo que essa paz guarda o coração e os pensamentos em Cristo Jesus. Isso indica que não se deixa corromper a mente e o coração com outros pensamentos que possam gerar incredulidade, dúvida, ingratidão e insegurança.
Guardar coração e mente torna-se o primeiro passo para viver sob a direção do Senhor, mesmo diante de adversidades. Manter mente e coração irrepreensíveis é uma forma de demonstrar confiança no governo e na autoridade que vem de Deus. É viver em paz, mesmo diante de lutas e desafios, principalmente, porque se tem convicção de que a fonte é inesgotável.
Sobre a paz que vem de Deus, Wiersbe (2017, p. 123-125), explica que é preciso desenvolver três condições, a saber: orar corretamente (Fp 4.6-7); pensar corretamente (Fp 4.8) e, viver corretamente (Fp 4.9). Isso, de fato, indica o que se faz necessário para ter contentamento em Deus. Então, andar em paz é caminhar com intimidade com Deus e aceitar sua direção, pois é agradável, boa e perfeita (Rm 12.2c).
Quer viver a paz de Deus, entregue-se, confiantemente, em suas mãos. Eis, aqui, o que significa andar, experimentar e desfrutar da sua paz. Então, você crê nisso? Que o Deus de paz continue sendo presença em sua vida.
Referência:
BÍBLIA sagrada. Almeida Século 21. São Paulo: Vida Nova, 2010.
WIERSBE, Warren W. Novo Testamento 2: comentário bíblico expositivo. Santo André, SP: Geográfica, 2017.
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Conteúdo bastante interessante para quem deseja crescer espirituamente