Pretende-se neste blog refletir sobre a pedagogia de Jesus, o Mestre por excelência, isto é, na perspectiva do Novo Testamento, de um modo muito especial nos Evangelhos. De maneira brevíssima pretendo tecer alguns comentários sobre esse assunto, espero continuar a discorrer no blog do mês de junho. Imagino que esse seja um dos temas preferidos da maioria dos educadores cristãos, quando o assunto é revisitar os fundamentos bíblicos teológicos da educação cristã para a sua prática educativa, seja no espaço da sala de aula presencial ou nos ambientes imersivos das tecnologias digitais.
Diante desta possibilidade de refletirmos sobre a importância da pedagogia de Jesus, importa primeiramente entender qual o conceito ou a ideia da autoridade que temos desta pedagogia, à luz das Escrituras, como educador cristão, ensinar a Palavra de Deus aos outros. No caso específico de Jesus, o Mestre por excelência, seu referencial de autoridade escritural, doutrinal, ensino “doctrina”, fundamenta-se na própria Escritura Sagrada e na revelação divina. Para Geza Vermes (1995,53p.) “Tudo me foi entregue por meu Pai (…) implicando revelação completa da mensagem, do plano de Deus a Jesus”. Isto o diferencia dos doutores da Lei, escribas e fariseus, líderes religiosos e políticos do seu tempo.
Segundo o próprio Geza Vermes (1995), ao referir-se a Jesus, afirma que, “era inquestionavelmente um mestre influente. Era uma figura antes popular que profissional, um mestre itinerante”. Ou seja, Ele não se ajustava a nenhum dos modelos bíblicos e nem era herdeiro de uma escola de pensamento quando o assunto era a origem de sua autoridade escritural, doutrinal bem como da revelação divina. Outro aspecto importante trata-se adoção de alguns procedimentos didáticos metodológicos e recursos de ensino, bem como a aplicabilidade e contextualização de seus ensinos aos ouvintes.
Sabemos que entre esses procedimentos didáticos metodológicos e recursos de ensino, Jesus recorreu ao ensino por parábolas, perguntas e respostas, a maiêutica socrática, bem como situações e circunstâncias do cotidiano das pessoas. O ato de ensinar não estava restrito ao templo, isso não significa que o templo deixou de ser um espaço de aprendizagem, mas também, de forma interdisciplinar e multidisciplinar transitou por diferentes espaços pedagógicos como: as sinagogas, à beira do caminho, no barco de pesca dos seus discípulos, no jardim e no vale entre outros. Ele era visto ensinando a multidão, as autoridades judaicas, religiosas e políticas de seu tempo e principalmente ao ciclo restrito dos discípulos.
Considerou-se neste blog que a pedagogia de Jesus, o Mestre por excelência tem sido uma referência importante quando nos dispomos a revisitar os fundamentos da educação cristã e a prática educativa do educador cristão como um fato importante na expansão do cristianismo na história da igreja cristã. A partir desta perspectiva é possível reconhecer que sua autoridade escritural e doutrinal se fundamenta nas Escrituras Sagradas e na revelação dada pelo Pai, isto é, a partir de uma pedagogia relacional e dialógica com o Pai e seus contemporâneos, na medida em que vamos nos apropriando de conceitos e ideias cujo fundamento é o próprio Cristo.
Espero reencontrá-los em breve para refletirmos sobre os ensinos de Jesus por meio das parábolas no Evangelho de Marcos, até lá, peço a Deus lhes abençoe grandemente na arte de ensinar as Escrituras Sagradas como mediador do evangelho, das boas novas de Deus aos outros.