“Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.” (João 4:35b)
Aquelas tardes de domingo não eram tardes perdidas! Éramos grupos que, de dois em dois, se espalhavam pelo bairro e sob o sol escaldante batíamos nas portas para convidar para o culto à noite e compartilhar, às vezes, muito timidamente, da Palavra que um dia nos havia alcançado. Havia uma ação de Deus naquilo que fazíamos e a semente um dia semeada em nosso coração estava germinando. Não foram poucas aquelas tardes! Mas, a elas se somaram os momentos de campanhas evangelísticas, grandes e pequenas, onde nos juntávamos em grupos bem maiores e, num desejo esperançoso de atender a um chamado, espraiávamos a semente com alegria para colher, quem sabe, no futuro.
Como resultado imediato, enchemos um pequeno templo com jovens, dos quais muitos nem esperávamos! Era possível ouvir por toda a cidade o que acontecia naquela comunidade. Hoje relembrando o passado me conforto com as palavras de júbilo do apóstolo Paulo (Ef. 1:15). Mas, a experiência vivida não permitia ficar só naquele momento. Ali foi firmado algo que perduraria para muito mais além daquela época. Ainda viria o ambiente universitário, outras cidades e vai continuar até que nosso Senhor diga: venha comigo, não há nada mais para ver aqui. Pode fechar os olhos!
A ordem de nosso Senhor está acima dos ditos populares (“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa?”) e é muito clara “erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa”. O tempo de colheita é definido e cada momento único não se estende, para cada um de nós, por toda a vida. Aproveitar o tempo é necessário. Portanto, quando ele chega, os ceifeiros devem estar prontos. A palavra do profeta Amós está se cumprindo “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra segue logo ao que ceifa, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente (Am 9:13), pois a semente já foi lançada (O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, Mt 13:37).
A cruz foi o cumprimento de tudo, pois o Filho do Homem plantou a semente que os ceifeiros colheriam depois. Assim, naquelas muitas tardes, fomos ceifeiros que colheram e semeadores que plantamos sementes que outros colheriam. Vejam-se os resultados! Portanto, a oportunidade de colher não deve ser perdida, pois o desafio da mesma já está posto e nem sempre nós veremos os resultados naquele momento. Mas uma coisa é certa, “quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”! Já se aprontou para a colheita? Abra o olho!