Sabe quando você lê um artigo, começa a escrever com base nele, demora para finalizar e quando volta ao texto percebe que perdeu a fonte? Foi exatamente isso que aconteceu comigo. Quero finalizar esse artigo e não consigo acessar a fonte que me inspirou. Achei no Google, na página de uma Universidade, mas estava em manutenção ou com algum problema, pois não abriu. Mas vou arriscar, se alguém conseguir abrir, me chame em particular. Desde já peço minhas desculpas ao autor, mas acho que vale a pena. Aqui vamos nós!
Li em certo artigo que “num passado recente, acumular e proteger informações conferia significativo reconhecimento e respeito às pessoas pelos seus pares. Mas isso pertence ao passado”. Conhecimento no passado era para ser guardado em alguma grande biblioteca ou em enciclopédias e só seriam manipulados se houvesse interesse e tal iniciativa vinha de algumas cabeças privilegiadas. Nas salas de aula somente uma pessoa falava: o mestre, que tudo saberia e os alunos diante de tanto saber, se calavam para ouvir tamanho ensinamento.
O tempo passa tão rápido que parece que estamos ‘anos luz’ deste modelo de sala de aula. Mas nem faz tanto tempo assim, somente uns 70 ou 80 anos. Isso, no universo do conhecimento não é nada, ou melhor dizendo era nada. Isso se deve a velocidade como as coisas são compartilhadas a partir da era da tecnologia que vem revolucionando a cultura do conhecimento, a prática da vida e como não poderia deixar de ser da sala de aula.
O tempo da velocidade chegou, o tempo da informação imediata também. “Hoje temos a opção e a oportunidade de produzir conteúdo e de compartilhar tudo, ao mesmo tempo que temos a liberdade de escolher o que consumir e valorizar o que nos é relevante”. Isso tem a ver também com a facilidade, temos qualquer informação na palma da mão. Tenho dito a algumas pessoas que o celular hoje é uma extensão do escritório, do consultório médico, ou até mesmo o próprio escritório e consultório. Sem dúvida é também um locus especial para a sala de aula.
O ato do compartilhamento é um fator essencial para o mundo em que estamos vivendo. O compartilhamento faz parte do homem de hoje, na sala de aula ou não. Na sala de aula até os anos 70 perguntar ou compartilhar qualquer coisa ao professor era restrito para um momento da aula e muitas vezes não havia esse momento. Poucos se arriscavam a perguntar pelo medo de serem ridicularizados tanto pelo mestre como pelos colegas. Imperava a cultura do ‘fico quieto que é melhor’. Hoje é completamente diferente, o aluno é instigado pelo mestre a interagir mesmo em aulas online. “Atualmente, mesmo que ele não seja convidado a se manifestar, a expor o seu ponto de vista ou instigado a construir e compartilhar o novo, o aluno é um cidadão que vive na era da tecnologia digital”. Da sala de aula não participativa passamos a sala de aula que pede participação. Mais interessante ainda é a divulgação da informação, do tipo, leu, gostou, achou interessante, compartilha nas redes. E, assim, o conhecimento entra para a ‘rede’, para as mídias e pode ser infinitamente acessada.
Quanta besteira lemos …. você abre um site de buscas como o Google, Edge ou outro qualquer e vê lá: “O casal Gisele e Brad estão se divorciando”, e abre para ler. Já me flagrei umas vezes com a tentação de tamanhas notícias inúteis. Estão compartilhadas. Estão nas mídias para que o maior número de pessoas possa acessar e dar crédito à rede que o anuncia.
Há boas coisas compartilhadas? Sim, e muitas! Algumas de maior importância e outras menos importantes, porém ocupam precioso tempo que poderia ser melhor utilizado para nossa aprendizagem e formação. Ficam aqui dois desafios: incentivarmos nossos alunos à participação e compartilhamentos e talvez um segundo seja mais um alerta do que um desafio: o de buscarmos os melhores artigos, as melhores notícias para nossa própria formação.