“Então, Jesus lhe disse: Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis.”
(João 4:48)
Os encontros pessoais com Jesus sempre eram marcados de surpresa! Jesus já se encontrara com servos numa festa de casamento onde fez seu primeiro milagre; com Nicodemos, representante da nata religiosa, quando lhe falou sobre o que realmente importava; com uma mulher desprezada, onde se revelou com todas as letras “Eu o sou”, dando uma demonstração tremenda de misericórdia e bondade. Mas, agora, ele está diante de um oficial do rei desesperado, onde demonstra seu poder com apenas uma frase, talvez, pouco animadora para os que se achavam ali!
O relato nos conta que aquele homem morava em Cafarnaum, localizada a cerca de 30 km de Caná da Galileia, onde o encontro se deu. Foi um encontro muito rápido, com troca de algumas poucas palavras entre ambos, mas uma conversa que traria uma grande modificação na vida daquele homem. Esse é um verdadeiro exemplo de que poucas palavras bastam!
Após todo o percurso, ele haveria de comprovar o que já ouvira acerca do Mestre e provavelmente já vira. Há uma cena de rendição, de subjugação, pois um oficial recorre ao carpinteiro. Talvez, no ideário dele fosse a última válvula de escape, mas um encontro que traria a resposta definitiva e levaria, sem muito alarde, a um reconhecimento de quem era verdadeiramente Aquele a quem ele recorria. Uma ordem só bastou, não era preciso que o mestre fosse ao encontro do enfermo, embora aquele homem quisesse a presença do Mestre lá. Mas, há um contentamento com uma simples palavra de esperança vinda do carpinteiro – “Vai, teu filho vive”!
Ele deveria crer, se quisesse ver o milagre do Senhor! Este processo todo é muito complexo para nós hoje. Estamos acostumados com um pragmatismo que é oposto à cena. Queremos ver para crer! Mas nosso Senhor continua nos dizendo, vai! Volta estes 30 km e comprove o que estou falando. Há uma grande lição de fé e esperança aqui, que mostra a realidade do que tempos depois Paulo vai teologicamente definir como estando juntas. A fé que passa por tribulações, que faz perseverar, que produz experiência e gera esperança. Esperança que não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado (Rm 5:5). Um dia já não precisaremos mais de fé e de esperança, mas só o amor estará presente, suprindo tudo, nos enchendo com tudo o que precisamos na presença de nosso Deus.
É muito provável um sentimento de frustração naqueles que estavam ouvindo o clamor daquele oficial, pois esperavam do Mestre algo a mais. Talvez, em vários momentos, estejamos também assim. Uma simples palavra não é suficiente. Precisamos ver primeiro para que nossa fé aumente e nossa esperança nos anime a continuar. Mas, o que acontece aqui é o oposto. Creia e você verá! Você está disposto a crer para só depois ver?!!!