Se você já parou para conversar com alguém de outra religião, sem a necessidade louca de tentar “convertê-la”, deve ter pensado sobre a beleza que ela tem.
Quando converso com alguém sobre religião, sempre tento trocar experiências. Mais que falar sobre minha fé, desejo ouvir sobre a fé do outro. Isto porque na troca, percebemos que existem valores universais nas religiões.
Segundo vários estudiosos, a palavra religião é um termo derivado do latim religio, religionis, que significa “culto, prática religiosa, cerimônia, lei divina, santidade”. A grande questão, no entanto, é de qual verbo a palavra religião surge: relegere ou religare?
Se for da palavra relegere, significa “reler, revisitar, retomar o que estava largado”. Se for do verbo religare, podemos traduzir como “religar, atar, apertar, ligar bem”.
Embora seja mais difundida a segunda, que fala sobre “religar”, gostei bastante da primeira, que é inclusive mais levada à sério por quem estuda etimologia.
E o que isto tem a ver com a gente, que se diz cristão? Então, o cristianismo é só mais uma, entre tantas religiões? A meu ver…sim e não!
Se você pensar no cristianismo que as pessoas conhecem por aí, que se encaixam em doutrinas, regras, leis, tempos e espaços, sim. Ela é apenas mais uma entre tantas.
Mas se você pensar somente em Jesus…não! Ela nunca será uma religião. Isto porque para o cristianismo raiz, Jesus é a religião pura! Mais do que seguir uma doutrina, frequentar uma igreja, nós seguimos Cristo. Porque em Jesus, as Boas Novas foram relidas, revisitadas e passamos na velha para a nova aliança. Por meio dele, Deus retomou o que havia sido largado pelo homem desde Adão: a reconciliação com Ele.
Quando enxergamos isto, percebemos que Jesus jamais se encaixa nos moldes da religião.
Assim, quando conversar com alguém sobre a razão da fé dela, pare e pense sobre a razão da sua fé. Relembre que por Ele, todas as coisas passaram a existir. E que por isto, muito do que esta pessoa fala, pode ser um pedacinho do todo, que é Jesus.
Admitir que há beleza na religião do outro, não significa colocar o cristianismo no mesmo patamar, mas confirmar que Cristo está acima de toda e qualquer religião*, pois Ele não é fundador de mais uma religião, mas é o Caminho, a Verdade e a Vida. A religião, portanto, é só um pequeno pedaço de tudo o que Cristo nos oferece.
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito existiria”. (João 1.3)