O Culto Infantil é objetivo, bem direcionado e dinâmico, o que exige um bom planejamento e alinhamento com a equipe. Porém, quando falamos em planejamento, algumas dúvidas aparecem: montar um currículo para o culto, exige série ou temas aleatórios? Como escolher estes materiais? Os temas precisam estar alinhados à EDB? Como podemos diferenciar as atividades entre o Culto e a Escola Bíblica? Vamos lá!
Hoje, temos diversos materiais publicados com roteiros para o Culto Infantil, no entanto, é preciso estudá-los e verificar seus pontos teológicos e doutrinários, além de ver também o que melhor se adequa ao público em questão. Temas diferentes a cada culto, que não possuem continuidade, dificultam a aprendizagem e não aguçam a curiosidade pelo que há por vir. Por sua vez, temas muito longos, podem perder a dinamicidade e interesse. Então, o ideal é que o tema seja em torno 3 meses, podendo ter variações entre séries mais curtas ou mais longas. É interessante que se tenha um culto de abertura e de encerramento, e para cada série pode ser desenvolvida uma produção coletiva como forma de consolidação do tema.
Diante de tantas opções, a escolha de cada série e como organizar a ordem de cada uma, por vezes assusta muita gente. Em primeiro lugar, as escolhas não são aleatórias, é preciso intencionalidade em cada série e a ordem pode ser alterada, dada alguma circunstância. Em segundo lugar, antes de escolher o que deverá ser aprendido, observe qual a necessidade presente e para quais direções caminham os componentes curriculares da igreja. Este alinhamento é de grande importância, uma vez que o Culto Infantil faz parte da igreja e de suas celebrações. Por exemplo, se perceber certa dificuldade por parte das crianças na participação dos cultos, não invista em temas relacionados a administração de tempo e dinheiro, ou amizades, mas sim, em adoração. Se receber queixa dos pais sobre desobediência dos filhos, invista na inclusão de temas relacionados à essa questão. E assim por diante, e lembre-se que a Bíblia toda é atrativa!
Alguns meses possuem ênfase especial, como março (missões mundiais), maio (mês da família), junho (missões estaduais em algumas convenções), setembro (missões nacionais), ou datas especiais, como conferência de aniversário da igreja, retiros e outros. As crianças fazem parte da igreja, por isso, devem estar incluídas.
Outra dúvida é quanto ao alinhamento com a Escola Bíblica. Quando fazemos a análise dos componentes curriculares da igreja, muito provavelmente estaremos próximos dos conteúdos estudados na EBD, no entanto, o objetivo do Culto é diferente, então, embora os temas possam estar alinhados, estes não serão os mesmos e a forma da condução, também será diferente. Por exemplo, se na EBD estiver sendo estudado o livro de Gênesis, no Culto podemos desenvolver uma série de estudos sobre os atributos divinos. Não é o mesmo tema, mas os dois apontam para o “conhecer” à Deus, se completam e um potencializa o outro.
Como a EBD e o Culto são momentos diferentes, com ênfases e objetivos diferentes, isso precisa estar claro para a criança também. Como o momento litúrgico é objetivo, após a liturgia, podemos dividir as crianças em grupos menores para um momento de vivência. Ou seja, não são atividades como as da EBD. Preferencialmente uma dinâmica, roda lúdica de conversa, produção de algum material, entre outros. Mas é importante a dissociação dos modelos das atividades propostas na Escola Bíblica.
O exercício da transmissão da Palavra de Deus às crianças deve ser levado a sério tanto quanto qualquer outra atividade que a igreja venha a exercer. Como cidadãos temos direitos e deveres que devem ser seguidos e respeitados. Como cristãos, temos nossas responsabilidades e nosso direito de servir ao Rei dos Reis. O fato é que a Bíblia não é restrita a adultos, as crianças também são participantes e alvo da graça de Deus. Jesus deixou isso bem claro. Como servos ativos no Reino, somos conclamados a fazer uso de todos os meios possíveis para comunicar a mensagem da cruz, de forma que seja entendível também ao coração dos pequeninos. Faz parte de nossa missão direcionar a espiritualidade da criança para que, salvo em Cristo Jesus, se torne um cristão convicto de sua fé e ativo no Reino, testemunhando e sendo fiel ao Senhor. Fazer parte deste empreendimento não tem retorno material, mas o resultado é incalculável, pois vem revestido das mais ricas bênçãos dos céus!
Este é o quarto e último artigo da série sobre Culto Infantil. Meu desejo é que esta série sirva para potencializar o Ministério Infantil em sua igreja e lhe ofereça maiores ferramentas no desenvolvimento do Culto Infantil. Mãos à obra!