Vivemos dias difíceis onde um vírus atropelou muitos planos. Como educadores cristãos também fomos afetados. Planejamentos foram redirecionados e projetos colocados em “stand by”, em modo de espera ou tiveram que ser interrompidos. Sabemos que uma característica primordial no planejamento é que ele seja flexível, adaptável às mudanças. E, quando falamos em planejamento educacional temos que lembrar do currículo, que é um norteador do ensino-aprendizagem.
Reconhecemos que o currículo deve levar em consideração as necessidades dos educandos. A pergunta que fazemos é como seguir o currículo educacional cristão em muitas igrejas que estão desenvolvendo suas atividades de forma remota? Ou como adaptar nossos currículos para que eles atendam às demandas deste tempo complexo, difícil, sofrido e com tantas perdas?
Creio que a palavra é mesmo adaptar. Se temos tantos desafios neste tempo, nosso fazer educacional, a prática de nossos currículos educacionais, tem de abarcar estes desafios, colocando os questionamentos que estão presentes nas mentes e corações das pessoas. Assim, não precisamos jogar fora o que já temos proposto, mas adaptá-lo, mantendo a qualidade do nosso ensino. A Bíblia, nosso material principal de trabalho, é tão rica e tem lições a serem ensinadas e aprendidas também para estes tempos tão desafiadores em que vivemos.
Não pensemos que como educadores responderemos todos os questionamentos através do nosso fazer educacional cristão, pois este não é nosso objetivo, mas sim mostrar com nossa prática ministerial, que podemos ser sal, ser luz, ser referência, neste tempo em que fomos colocados por Deus, e em que novos desafios também podem representar novas oportunidades.
É preciso desenvolver a criatividade. A tecnologia neste sentido é amiga do educador ao proporcionar diversas ferramentas inovadoras na implementação do processo de ensino-aprendizagem. As atividades virtuais devem ser organizadas para serem atraentes aos educandos e alcançarem os objetivos educacionais.
Este é um grande desafio, pois nem todos estamos preparados para efetivação de estratégias tecnológicas, com tantos programas e aplicativos, alguns fáceis, mas outros complexos, e que requerem esforço e interesse de aprendizagem. Entretanto isto não deve servir de desculpa para um fazer educacional sem qualidade e feito de qualquer forma. Se no meio de tanta tristeza ocasionada pela pandemia, pudermos dizer que algo bom aconteceu, é o fato de que muitos que ignoravam a tecnologia tiveram que se aproximar dela com um olhar de aprendiz, e mesmo mantendo algumas críticas, se apropriaram dos benefícios e facilidades que o desenvolvimento tecnológico trouxe, principalmente, no nosso caso, na área da educação.
Educadores cristãos, professores de Escola Bíblica, líderes educacionais, mesmo que não utilizem e dominem todas essas possibilidades tais como, jogos educacionais “on line”, “softwares” participativos e diversos aplicativos que facilitam e tornam mais interessantes a educação à distância, busquem esse aperfeiçoamento.
A educação de forma geral e a educação cristã que realizamos em nossas igrejas não mais será a mesma. Mesmo com o retorno gradual das atividades presenciais as ferramentas tecnológicas e as atividades virtuais continuarão a serem usadas. É o chamado estudo híbrido, com propostas presenciais e “on line”, que cada vez mais fará parte das escolas e igrejas.
Cabe destacar que a adaptação de currículos não é improvisação. Mesmo para as igrejas que nestes tempos de pandemia tiveram suas atividades presenciais suspensas e optaram pela EAD e a realização de atividades virtuais para continuidade do ensino, a qualidade é essencial. É preciso lembrar que a implementação do currículo através das atividades educacionais, precisam ser planejadas, avaliadas e desenvolvidas com excelência, pois nosso Deus é um Deus excelente.
Nosso intuito é deixar o aluno engajado e participativo num processo de ensino-aprendizagem realizado com satisfação tanto pelo educando/aluno quanto pelo educador/professor, lembrando, é claro, do envolvimento e da responsabilidade dos pais para conquista dos objetivos.
Difícil? Complexo? É isso mesmo, pois vivemos um tempo desafiador, onde nossa prática educacional é ainda mais requerida em ações de amor, misericórdia, compreensão, competência e fé, sob a orientação de Deus.