“E o SENHOR disse a Abrão: Sai da tua terra, do meio dos teus parentes e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gênesis 12.1)
(Re) Começar, é para os humildes e corajosos, sobretudo para aqueles que estão dispostos a abrir mão de suas conquistas, saberes, conhecimentos, experiências e estabilidades, para trilhar um caminho em construção. “É na caminhada que se faz o caminho”. E quando essa
trajetória aparenta incertezas, dúvidas e inseguranças?
Ao longo dos seus 75 anos, Abrão nos apresenta a ideia de que não é a idade, a condição física, social ou intelectual que define a capacidade do ser humano de aprender e enfrentar os desafios da vida. O que dificulta e incapacita uma pessoa de vivenciar mudanças, iniciar novos projetos pessoais, profissionais e ministeriais é o excesso de medo e a falta de fé e esperança.
Entre o: deixar seu emprego seguro, sua cidade natal, sua família, sua estabilidade financeira, bens materiais e o ir, é natural termos sentimentos de medo, dúvida, indecisão e conflito interior. Quem já não passou por uma experiência de renúncia em sua vida? Somos seres humanos, frágeis e impotentes. Porém, não podemos deixar as limitações humanas ofuscar e confundir quem de fato, é o responsável pela nossa vocação. A missão e o chamado são de Deus, estejamos certos dos seus propósitos. “Melhor é o fim de uma coisa do que o seu início; (…)” (Eclesiastes 7.8a)
Raramente saberemos o resultado antes de darmos o primeiro passo, e raramente saberemos o destino antes de começarmos a caminhar. “Sai . . . para a terra que te mostrarei (…)”. Então, Abrão saiu” (Gênesis 121,4). E foi totalmente despido de seus conceitos, opiniões e vontades. Deus estava pedindo que ele confiasse Nele, abandonando tudo o que conhecia, e Ele faria o resto. A fé não precisa ver para crer; a fé crê (Hebreus 11.8). Somos movidos pela fé. Qual foi a experiência mais recente, que Deus te chamou para dar um passo de fé?
Em nosso dia a dia, tendemos evitar os medos, a ansiedade ou algum tipo de desgaste. Buscamos ficar num território onde possamos “controlar” os acontecimentos e viver numa pseudo sensação de segurança. Romper as fronteiras da zona de conforto, não é nada fácil! Mas, Abrão, em seu coração, decidiu em primeiro lugar crer, não resistiu às mudanças e deu os primeiros passos em direção ao “desconhecido.” Em nenhum momento, Deus deu detalhes de onde ele iria caminhar e que lugar iria chegar, mas, Abrão foi. Estamos em 2024, e óbvio, não temos nenhuma perspectiva do que irá acontecer, mas, que estejamos sempre prontos, em obediência, confiança e fé; pois, se porventura, formos enviados, sigamos em missão, sabendo que, mesmo não tendo conhecimento do que nos esperam, estaremos certos de que nada irá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. (Romanos 8.38-39). Desta forma, sem o conhecimento de Cristo pela fé, a esperança se torna uma utopia. Mas, a fé em Cristo, transforma a esperança em confiança e certeza; e a esperança torna a nossa fé viva. (Jungren Moltman).