“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com plenitude”. (João 10.10 )
A crescente prevalência de ansiedade e depressão na sociedade contemporânea, tem sido uma das causas de desorganização mental, onde a desesperança por meio do sofrimento, quiçá possa ser a motivação para que muitos tenham ideação suicida. Entretanto, a esperança pode servir de amparo àqueles que estão aflitos conforme consta na Palavra de Deus.
“Que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz na vossa fé, para que transbordeis na esperança pelo poder do Espírito Santo”. (Romanos 15.13)
Ainda neste âmbito acredita-se, portanto, que a Educação Cristã tenha um papel importante na valorização da vida, e que motivada por um sentimento de amor, poderá ser capaz de plantar valores positivos, a fim de auxiliar no crescimento pessoal, fortalecimento mental e espiritual da humanidade. Para essa finalidade o educador cristão poderá se valer de pelo menos três ferramentas onde as quais servirão de alicerce para criar vínculos e desenvolver um trabalho de conscientização de que a vida é preciosa e que vale a pena ser vivida.
Acolhimento: Ao inspirar-se no Cristo, “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu” (Mateus 5.16), constata-se então que a Educação Cristã é convocada a acolher o ferido da alma, pois Jesus dá vários exemplos e nos impulsiona a seguir seus passos, acolhendo o necessitado com tempo, espaço seguro para uma escuta atenta, livre e amorosa. conduzindo-o ao equilíbrio por meio do perdão e da gratidão, para que encontre organização emocional e alcance a verdadeira paz interior. Nessa mesma lógica, em concordância com o pensamento de Freire, 2011, pág 111 ao escrever a frase: “o educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele”, nota-se que o autor enfatiza a necessidade de saber ouvir atentamente com possibilidade de criar vínculo para uma conexão de confiança.
Esperança: Considera-se que a Educação Cristã vai além do simples ensino de conteúdos; ela é chamada a ser fonte geradora de transformação, capaz de evocar um novo começo em Cristo, com o propósito de renovar as forças do aflito, para que este possa suportar os dias mais sombrios com equilíbrio e serenidade, pois todo controle está nas mãos de Deus como afirma a Bíblia Sagrada. “Pois eu bem sei que planos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; planos de prosperidade e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29.11 ).
Saúde Mental: A Educação Cristã como agente de transformação, assemelha-se ao instrumento musical que para emitir um som limpo e admirável, se faz necessário que esteja bem afinado, em condições de emitir sons harmoniosos, como elucida Augusto Cury, 2010, pág. 24. “Quem não cuida de sua qualidade de vida estará menos equipado para cuidar dos outros”. Dessa forma aconselha-se que o educador cristão, esteja bem-preparado emocionalmente, afinado com os princípios bíblicos para que de si mesmo possa fluir um som limpo, sem ruídos, e consequentemente, terá a possibilidade de propiciar um serviço de resiliência emocional com maestria aos que sofrem dores da alma.
Por fim, o educador cristão enquanto instrumento de restauração, precisa ter um olhar amplo para pensar o outro, estruturando-se com sabedoria, fé e compaixão, para ser uma rede de apoio no enfrentamento da ansiedade e da depressão, pois estando a serviço da vida, o estilo de ensino e a sua postura, devem impactar diretamente o bem-estar da sociedade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Século 21. São Paulo: Vida Nova, 2010.
CURY, AUGUSTO. MENTES BRILHANTES, MENTES TREINADAS, 2010. Desenvolvendo o Fascinante Mundo da Mente Humana. Editora Academia de Inteligência – 3° Edição – SP.
FREIRE, PAULO. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, 2011. Saberes Necessários À Prática Educativa. Editora Paz e Terra, 43° Edição – SP