Jogos são responsabilizados por crises, crimes, condutas e violência de jovenzinhos. Seria ingênuo afirmar que não afetam, influenciam ou condicionam. Mas o arrazoado é outro: Cada vez mais cedo as crianças são iniciadas nas telas. Novos usuários, usuários novos, novíssimos, fetos, embriões, genes… No universo ilimitado da internet.
Quase massivamente acessam sem a supervisão, orientação e disciplina de pais e responsáveis. O (ab)uso e excesso dos Jogos virtuais é o efeito da omissão de pais e responsáveis, da falta de filtros e regras que reprimam a compulsão e sequestro dos infantes. É fácil e cômodo criminalizar apps, personagens, jogos.
Antes das escolas e dos professores, igrejas e pastores, os pais e responsáveis – eles! – ainda são os mediadores primeiros e diretos do processo. Ausências e terceirizações na educação doméstica conspiram contra a saúde, maturidade e formação dos nossos filhos.
Expostos, vulneráveis; presas, alvos. A infância digitalizada coopta, abduz, sequestra, vitima os compulsivos mirins.
Cabe aos educadores aprofundar essa relação pais x filhos, filhos x tecnologia. Nossa discussão deveria ser sobre:
A iniciação cada vez mais precoce de crianças às telas;
O (ab)uso e compulsão de adolescentes;
O fenômeno do cyberbullying;
O discernimento sobre aquilo que é bom e proveitoso (Fp 4.8).
Educadores cristãos em ambientes de igrejas devem potencializar a discussão sobre a realidade que se nos é imposta. Há quartos grandes demais, escuros demais – com janelas demais, portas demais… Para que filhos se percam, dentro de nossas próprias casas ou se tornem presas/alvos, num deslizar do touch.
Relações, interações e controles impostos por portais, apps, influencers, coachs e canais sobrepostos aos papéis de pais e educadores são sintomáticos; quando (de)formam, catequizam, sequestram e fazem consumir. Sem disciplina e interferências – omissos, corremos riscos.
Não são baleias coloridas, bonecas bizarras (Momo) ou monstros aterrorizantes (Huggy Wuggy – Poppy Playtime) que me assustam; mas a ausência|omissão de pais e responsáveis em educar, disciplinar, conter excessos dos “órfãos” adotados pela internet. Entre pais ausentes e filhos conectados há invasores e criminosos.
Devemos aumentar os filtros – as redes sociais, como o Tik Tok, possuem classificação indicativa para maiores de 13 anos… Dialogar; observar excessos; e mais: Pais e responsáveis presentes, envolvidos na intimidade dos filhos ainda são os melhores “antivírus”.
Formar a cidadania, a consciência e o discernimento de nossos filhos dá trabalho! Ainda não é possível fazê-lo por apps ou injeção de vacina. Que nossos educadores proponham e provoquem o aprofundamento desta discussão! Que antes do Tik Tok, Kwai, Onlyfans, Tinder, Facebook, Instagram… Haja atenção, abraços, diálogos, afetos, presenças, cuidados e defesas dos nossos filhos.