Há alguns dias, estava lendo o livro “Pimentas: para provocar um incêndio não é preciso fogo”, do conhecido escritor Rubem Alves, e me deparei com um texto em que ele faz a comparação entre um tradutor e um traidor. Rapidamente, pensei sobre o que seriam essas personalidades na área da educação cristã. Com isso, corri para o dicionário a fim de entender melhor sobre o sentido das duas palavras e gostaria de compartilhar aqui , o significado e os desdobramentos das ações a partir delas .
Na origem etimológica, no latim, a palavra “tradutor” significa o que transfere; já “traidor” é aquele que é infiel. Ao irmos para a Bíblia, é possível encontrar vários exemplos deste último, o qual é visto como aquele que comete infidelidade. Ao finalizar essa pesquisa rápida (um google), fiquei a pensar: pode um educador ser um traidor? Como identifico o educador tradutor ou o que pratica verdadeiramente o significado de transferir? Vamos pensar juntos sobre isso?
Ao falar acerca do educador traidor, é possível chegar à conclusão de que, por não haver fidelidade nele, ele não será fiel à palavra de Deus, por exemplo. Essa atitude, com certeza, irá ocasionar outros problemas, como a confusão de um ensino, provavelmente, não cristocêntrico, e a não formação de discípulos, e, sim, de seguidores dos próprios sonhos ao invés dos de Deus. Além disso, o educador traidor será sempre o líder “maior”, pois usará pessoas para o servirem, com uma aura de fiel aos princípios e valores do Reino. Tentará ser maior do que o Senhor da obra ou até mesmo será relapso nas tarefas, a sua desculpa será sempre: o outro não fez!
Porém, me alegrei ao refletir sobre o educador tradutor, aquele que transfere. Afinal, ele tem a função de transferir a palavra de Deus, o que pode fazer com que as pessoas fiquem maravilhadas, assim como Jesus fez, ao terminar o sermão relatado em Mateus 7:28,29. Esse tipo de educador transfere o significado das marcas de Cristo em nossas vidas, como o apóstolo Paulo fala em 2Coríntios 11.16-33, o qual, sem qualquer desculpa, se entregou totalmente à propagação do evangelho. Não permitindo que a Cruz seja esquecida e a esperança seja sempre renovada.
Assim, concluo que, como educadores cristãos, precisamos estar atentos aos nossos pensamentos e às nossas atitudes para que não caiamos no erro de sermos traidores, mas tradutores do Reino de Deus sobre a Terra.