Quando estamos ensinando, transmitimos informações. Mas seria isso o bastante para haver aprendizagem? A comunicação nos dias de hoje é intensa, é ontime, ou seja, acontece num lugar e na mesma hora todos podem receber tal informação. Há intenção de aprender algo ao assistir a um noticiário? As Informações trazem algum conhecimento, mas será suficiente para gerar aprendizagem? Isso acontece porque geralmente os veículos de informação televisivos ou advindos de algum mecanismo tecnológico não tem a intenção de ensinar, mas somente de informar.
No ensino é diferente. Uma peculiaridade do ensino é a intencionalidade.
Mesmo que esta intencionalidade aconteça em espaços informais, como quando a criança, que ao chegar no mundo aprende inúmeras coisas pela observação, bem como o adulto, que aprende inúmeras coisas pela experiência. Essas aprendizagens acontecem pela interação com o ambiente, com o social. Podemos chamar a isto de autodidatismo. Podemos também afirmar pelos estudos da Andragogia, que o adulto se engaja em situações de aprendizagem por sua própria decisão, por seu querer.
Vamos voltar à intencionalidade no ensino.
O professor, por sua própria função, assume um papel de ensinante e espera que seus aprendentes, aprendam, de fato. Mas sabemos que nem sempre é assim. A ação de ensinar é sobretudo uma intenção e pode haver uma distância entre ensinar, e saber se o outro está aprendendo – por isso utilizamos recursos didáticos.
O verbo ensinar é classificado na língua portuguesa de verbo transitivo e pede um complemento direto quando se refere a: ‘ensinar alguma coisa’; também é verbo transitivo indireto quando se refere a: ‘ensinar a alguém’.
Nas ações de ensino bíblico o professor ou o discipulador, tem a intenção de ensinar a Palavra de Deus a alguém. Certamente, gostaria que seu ensino não fosse somente a transmissão de informações ou conhecimentos para acúmulo de dados. Mas sabemos que nem sempre é isso que acontece.
Ensino bíblico deve produzir transformação de vida como bem ensina Howard Hendricks em sua preciosa obra: Ensinando para transformar vidas. O aprendiz deve se sentir mais capaz, mais sábio, diferente pois a verdade bíblica assume lugar em seu coração e em sua vida.
O apóstolo Paulo recomenda a Timóteo a instrução na Palavra de Deus e nos garante que “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; a fim de que o homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para realizar toda boa obra”. (2Tm 3.16,17).
Creio que é desta forma que todos os professores de ensino bíblico gostariam de ser chamados: formadores de homens preparados para toda boa obra.
Como podemos alcançar este ideal? Creio que a Didática poderá nos ajudar com esta situação. Vamos escrever mais sobre didática e ensino bíblico. Aguardem.