Igrejas lotadas, crianças com viseiras ou chapéus, atividades executadas nos bancos nos templos (nem em todas as igrejas havia salas suficientes para tantas crianças), lanchinho delicioso, marchas inspiradoras, versículos memorizados, músicas ilustradas, bandinhas com instrumentos construídos, saudações às bandeiras, álbum seriado com toda programação escrita a caneta. Quanta memória!!! Quantas crianças influenciadas!!! Quantas crianças salvas!!!
Vivemos hoje uma realidade um pouco diferente. A tecnologia, o crescimento e o aprimoramento das igrejas, a capacitação das pessoas, as metodologias, fazem com que essa ferramenta possa ser executada de muitas formas. Cada uma de acordo com a realidade local. Porém uma coisa é imutável: a atuação do Espírito Santo e o Seu empenho em salvar vidas!
Por esse motivo, nosso esforço, enquanto líderes e evangelistas de crianças, precisa ser com excelência. Nos preparar espiritualmente e nos dedicarmos ao planejamento e execução com o máximo que podemos. Assim como diz o texto de 2Samuel 24.24b:
[…] Porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada […]”.
Muitas crianças que de outra forma não entrariam na igreja, se sentem motivadas a participarem de uma Escola Bíblica de Férias. O planejamento, as reuniões e alinhamento, os mutirões para confecção de materiais, a decoração dos ambientes, toda essa logística, já planta nos corações dos servos o senso de realização, a alegria de servir, a comunhão e a responsabilidade de pregar a Palavra de salvação. Cada realidade exige esforço e forma diferentes. Porém, a essência dessa ferramenta não pode mudar. O principal objetivo é pregar a Palavra com alegria e criatividade.
Isso começou em julho de 1898 com a inspiração de Deus a uma senhora chamada Eliza Hawes. Ela percebeu as crianças no período de férias nas ruas sem nenhuma supervisão e realizou a primeira EBF por seis semanas durante duas horas por dia. O programa incluía saudação a bandeira, músicas, história bíblica, desenhos, memorização de versículos, ginástica, brincadeiras e trabalhos manuais. Ainda hoje a maioria das EBF’s segue esse programa.
A cada ano as EBF’s iam sendo realizadas com muito sucesso. Em 1901 o Dr. Robert Bovile, deu tanto apoio a EBF que em 1902 foram realizadas em 10 escolas. Em 1903 e 1904 o projeto foi realizado em 17 escolas em cada ano. O trabalho frutificou e cresceu tanto que o Dr. Robert resolveu promover EBF’s e foi fundada as associações das EBF’s.
A primeira EBF no Brasil foi realizada nas dependências do colégio Americano Batista de Vitória – ES, na primeira quinzena de dezembro de 1924 com a promoção do Dr. Reno.
Hoje, quase todas as denominações do mundo realizam EBF’s, proporcionando às crianças uma oportunidade sem igual de conhecer o Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Considerando a realidade de cada localidade, a ideia é lançar mão de várias estratégias para alcançar o coração das crianças. Cada programa é composto por: Lição bíblica, história missionária, louvor, memorização de versículos, atividades, brincadeiras, lanche, oração e outros dependendo de cada realidade. O formato também vai depender da disponibilidade dos recursos físicos, financeiros e geográficos.
A equipe de servos precisa ser comprometida e dedicada. Cada servo tem a responsabilidade de proporcionar um local seguro para que as crianças possam aprender, se divertir e ter convívio social com outras crianças e ainda ter a oportunidade de conhecer a Jesus e recebê-lo com seu Salvador.
Uma outra possibilidade é que muitos pais querem acompanhar seus filhos. Então há a possibilidade de trabalhar com a classe de pais. Onde pode-se aplicar um conteúdo sobre um assunto específico interessante e atual e logo em seguida oferecer uma oficina de artesanato, ou talvez uma roda de conversa. Muitos pais precisam de um espaço de escuta. E estar num local onde se tem a certeza de que seu filho está seguro, aprendendo e brincando e os pais também receberem cuidado, não tem preço.
Hoje contamos com muitos programas publicados e bem completos. Mas muitos líderes também preferem escrever seu próprio programa. E alguns passos precisam ser considerados:
- Qual tema? (Precisa ser atraente e fazer sentido para as crianças da comunidade local)
- Quantos dias? (Precisa ser num período das férias e ter data e horários definidos de início e fim)
- Quais servos? (Cada pessoa envolvida precisa estar disposto e ser treinado para uma determinada atividade e conhecer bem todo o programa)
- Quantos servos? (Cada programa e quantidade de crianças, vai demandar um número de pessoas para compor o time de servos – quanto mais crianças e atividades propostas, mais servos)
- Qual metodologia? (Cada igreja/local, vai permitir ou não a variação de formato. Trabalhar com rodízio de oficinas é uma estratégia bacana quando não temos uma grande equipe. Define-se quais oficinas serão oferecidas e o tempo de execução é igual para todas. Assim, todos os grupos passam por todas as oficinas).
Muitas podem ser as possibilidades. O que precisamos é de pessoas comprometidas e dispostas a pregar a Palavra. E com a criatividade do Deus criador, podemos ir muito longe e alcançar o máximo de vidas. Por isso, essa ainda é uma ferramenta eficaz na evangelização da criança.