“… quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (João 16:13)
Jesus refere-se ao Espírito Santo como o Consolador. Para o momento em que os discípulos estavam passando e sem saberem o que logo aconteceria, somente o Espírito Santo é que poderia lhes trazer consolo. Mas, para isso, seria necessário que Jesus saísse de cena para que o Espírito Santo viesse. Talvez no ideário dos discípulos houvesse a esperança de que o Espírito Santo viria enquanto Jesus ainda estivesse com eles. Mas Jesus diz claramente que não. Se tem uma coisa que faz parte da natureza de Jesus é a verdade.
Jesus expressamente já disse que Ele é a verdade. Que não há outra verdade que exprima quem Deus é se não fora sua própria pessoa. É como expressa o desejo do salmista que diz “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos” (Sl 43:3). A verdade, Cristo, é quem guia os homens diante de Deus. Ou quando em outro lugar declara “Tu estás perto, SENHOR, e todos os teus mandamentos são verdade” (Sl 119:151). O Senhor estaria muito mais perto que o salmista pudesse supor, pois o Espírito da verdade estaria dentro de nós. Faria em nós morada e estaria conosco para todo o sempre.
Mas o que se entende sobre o que seja a verdade? Essa é uma pergunta importante, pois na sociedade pós-moderna que vivemos a verdade é uma coisa de cada um. O discurso repetido é “isso é o que você acha, eu penso diferente”. Ou seja, o que é verdade para um não necessariamente é verdade para outro. Isto porque a verdade deixou, neste novo ideário pós-moderno, de ser absoluta e passou a ser relativa. Na verdade, chegou-se ao ponto de afirmar que a verdade e o falso, ou o certo e o errado, não existem mais! O homem desta época não tem mais referencial, vivemos numa sociedade líquida, conforme Zygmunt Bauman. Neste sentido não há solidez em que se possa apoiar e vale qualquer coisa. Mas para nós, como cristãos, não é assim. Qual o nosso referencial de verdade?
Quando Jesus esteve na presença de Pilatos, o que se daria em breve no relato de João, Pilatos pergunta: “que é a verdade?”, no entanto, ele não espera uma resposta. A verdade é oposta à mentira. Jesus a personifica, pois nele não há erro, como também no Pai não há. Jesus veio para dar testemunho da verdade, a saber, Deus é a verdade absoluta, Jesus é Deus, sem Jesus ninguém pode ir a Deus, Jesus e Deus são um, a palavra de Jesus é a verdade, e por aí vai. João deixa claro em todo o evangelho que Jesus é a verdade e agora Jesus está dizendo aos
discípulos que o Espírito Santo se incumbirá de anunciar essa verdade e não somente isso, mas de guiar os discípulos ao verdadeiro Cristo. Não dá para fazermos a destituição de Deus como sendo a verdade absoluta, pois o resultado disso é o que temos agora, uma sociedade sem base, que não tem em que se agarrar, porque não tem mais qualquer referencial. Assim, qualquer coisa pode ser verdade e o único referencial disso é o próprio homem.
Excluir Deus leva à liquidez moderna do mundo, mas a Palavra de nosso Deus é a verdade e ela nos diz que o coração do homem é enganoso. Assim, nós não podemos ser o referencial! E somente o Espírito Santo de Deus pode nos guiar à verdadeira base de toda verdade, pois Ele fala do que lhe é próprio, não há dolo no que diz, não titubeia quando se pronuncia e continua falando e guiando os que são seus ao conhecimento da verdade, que é Jesus. Se tem uma coisa verdadeira em tudo isso é: sem Ele nada podemos fazer! Isso inclui conhecer a verdade e proclamá-la aos que não a conhecem. Santo Espírito guia-me na verdade!