“Mas o SENHOR disse a Samuel: Não dê atenção à aparência ou à altura dele, porque eu o rejeitei; porque o SENHOR não vê como o homem vê, pois o homem olha para a aparência, mas o SENHOR, para o coração” (1Sm 16.7).
Uma situação que requer reflexão, é a que está associada ao chamado de pessoas para a realização de uma missão. Normalmente e na maioria das vezes, é dito sobre elas que, inicialmente eram consideradas improváveis, contudo, é necessário questionar: improvável por quê? Qual o critério serviu como base de análise? E, ainda, como ter certeza de que sua avaliação é adequada?
A denominação “improváveis” é uma fala que também circula no contexto de comunidades eclesiásticas, associada à escolha de pessoas para uma determinada função. Essa terminologia pode ser considerada depreciativa por carregar uma análise negativa sobre o próximo, ou seja, daquele que foi escolhido. Ser improvável significa o que não é certo, o que não tinha chance alguma aos olhos humanos.
Quando se pensa na palavra improvável, observa que ela vem carregada de incerteza, dúvida, indecisão, as quais expressam sentimentos característicos do ser humano. Com certeza, esses sentimentos já fizeram e continuam fazer parte do momento da vida, mas eles não perduram para sempre. Existe algo que muda a compreensão e isso vem do Senhor, nosso Deus.
Nas narrativas do Antigo e do Novo Testamentos, identificam-se alguns exemplos de pessoas que se sentiram incapazes, não apropriadas para uma missão, contudo, elas foram convocadas por Deus para efetivarem uma ação que mudou o rumo da história. Elas de fato influenciaram o desfecho de uma situação ao atenderem o chamado, mesmo quando no primeiro momento questionaram sobre o seu propósito e razão de ser.
Interessante que as pessoas, quando são convocadas por Deus, aos seus próprios olhos fazem uma avaliação negativa de si mesmas. Elas não enxergam a sua instrumentalidade, que nas mãos do Senhor pode vir a ser um potencial. Elas duvidam da escolha, o que indica que elas duvidam do chamado que receberam do Senhor. Então, ser improvável está associado à avaliação negativa e ao julgamento que as pessoas fazem de si mesmas ou de outras.
O ato de julgar pode ser um grande empecilho para cumprir com o chamado, com a convocação. Ele, inclusive, pode vir tanto da pessoa eleita como de outras pessoas envolvidas no processo. Entretanto, quando se atenta para escutar a voz de Deus, entende-se que os pré-juízos que se fazem, caem por terra. Afinal, quem melhor conhece aquele que foi chamado, que não o próprio Criador?
Uma missão no reino de Deus é confiada a pessoas que foram convocadas para a sua efetivação. Não tem nada a ver com aquilo que o ser humano elege como essencial e ou fundamental. Antes tem a ver com o chamado do Senhor. Esse é justo, correto, provável e bom. Deus não erra, porque nele não reside imperfeição.
Pense sempre antes de atribuir a denominação “improvável” para você mesmo ou para um outro. Lembre-se que é Deus que convoca, elege, instrui e instrumentaliza. Isso porque, os seus planos não podem ser frustrados. Além disso, ele vê o que ninguém mais enxerga. Os improváveis humanos, não guardam correspondência com os prováveis de Deus.
Uma coisa é certa, se Deus convocou a resposta precisa ser: “Eis me aqui, Senhor, envia a mim”. Assuma a responsabilidade e deixe Deus agir em sua vida, como canal de bênçãos para os outros. Que Deus continue sendo presença em sua vida, a fim de que você possa ser canal de ministração para outros. Uma semana abençoada.