Pensar e agir em educação cristã inclusiva é urgente. No Brasil temos cerca de 17 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência segundo o PNS (Programa Nacional de Saúde 2019).
Atualmente as igrejas vivem o desafio de incluir crianças com deficiência nos grupos com assertividade, equidade e amor. É necessário fazer com que todas as crianças se sintam parte da comunidade. São três pilares essenciais para um projeto de inclusão:
Acolher: Entender as necessidades de cada pessoa para que possam sentir-se à vontade em permanecer.
Ensinar: Ensinar com equidade, adaptar, reforçar para que o ensino seja aplicado e compreendido.
Pertencer: Conquistar a confiança e o amor tanto dos pais quanto das crianças, para que elas sintam o desejo de voltar e tornar-se parte da comunidade.
Quando Jesus diz em João 3.16 “Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jesus diz todo; então podemos afirmar que a igreja é uma ferramenta pela qual Deus pode fazer com que todos tenham a oportunidade de conhecer e aprender sobre Jesus.
Algumas iniciativas são importantes para iniciar um projeto sólido de inclusão em nossas igrejas, a começar pelas crianças. Nosso compromisso é fazer com que as crianças tenham participação plena e efetiva nas atividades da igreja.
Nove atitudes práticas para iniciar um projeto de inclusão:
1º Criar um grupo dedicado: a implantação de um projeto de inclusão deve ser planejada por um grupo focado nos processos e responsável em dar os primeiros passos. É interessante esse grupo ser composto por algum integrante de uma família com experiência diária com criança com algum tipo de deficiência e se possível algum profissional da área. A experiência dessas pessoas pode tornar o projeto mais assertivo.
2º Elaborar um questionário: desenvolver uma pesquisa que tenha como objetivo conhecer o público da igreja, suas necessidades, ter dados para contato das famílias e informações específicas de cada criança. Dispare essa pesquisa na igreja. Explore as redes sociais, canais oficiais da igreja e caso seja necessário tenha a pesquisa impressa para que o maior número de pessoas tenha acesso.
3ª Tabular o resultado: com a pesquisa concluída é hora de entender o público da sua igreja, quais as deficiências e começar a pensar nas estratégias de inclusão.
4º Desenvolver uma cartilha: um compilado de conteúdo com o panorama geral de cada deficiência, quais as dificuldades de aprendizagem, qual a melhor forma de comunicação, quais estratégias de ensino na igreja, frases capacitistas que podem ferir a criança e a família e como podemos preparar atividades estratégicas.
5º Capacitar o facilitador: o voluntário capacitado propende a ter mais segurança em desenvolver novas ideias quando se sente seguro sobre determinado assunto. Capacitar o facilitador vai prepará-lo para desenvolver as aulas, receber e cuidar de cada criança de forma singular, entender suas limitações e ensinar de maneira eficaz. A capacitação também é uma estratégia para manter o voluntário engajado e motivado. É extremamente relevante que todos que servem no ministério infantil sejam capacitados.
6º Apoiar as famílias: criar um grupo de apoio, pequeno grupo ou reuniões periódicas para acolher, ouvir e apoiá-las. Famílias que possuem filhos com algum tipo de deficiência tende a se sentir solitária e é nosso papel como igreja acolhê-las.
7º Estruturar espaços: é interessante a igreja ter adaptações para cadeirantes, pessoas com dificuldade de locomoção; como rampas de acesso, portas nas proporções para que cadeirantes possam circular livremente, banheiros adaptados, acompanhantes para cegos e intérpretes para surdos.
8º Implantar o projeto: crie um ambiente acolhedor, atividades em que TODAS as crianças possam participar, se possível, crie um ambiente de autorregulação, incentive a todas as crianças a serem acolhedoras e amáveis umas com as outras. Esse é o momento de colocar em prática os ensinamentos da capacitação.
9º Avaliar continuamente: é tempo de ouvir os facilitadores sobre como foi a experiência em sala de aula, o que funcionou, o que precisa ser reavaliado. Ouvir as famílias sobre as experiências das crianças também pode ser bem relevante para a evolução do projeto.
A inclusão nos ensina a viver o amor de Deus em cada detalhe, demonstrado através do cuidado mútuo. A inclusão é urgente!