Em 1908, Eugen Bleuler, um psiquiatra suíço, criou o termo Autismo ao observar seus pacientes com esquizofrenia, percebendo exatamente a fuga da realidade.
O termo Autismo vem do grego autos, que significa si mesmo, que traduz uma condição do ser humano. Sendo assim, o autista vive para si mesmo como se estivesse num estado paralelo ou numa fuga da realidade.
Muitos outros psiquiatras, a partir daí, começaram a observar seus pacientes e identificar características semelhantes. Em 1944, Hans Asperger, escreveu um artigo intitulado: A Psicopatia Autista na Infância, discorrendo sobre sua prevalência no sexo masculino, início ainda na tenra infância, a dificuldade social e de comunicação, interesse restrito e comportamentos inadequados.
Foi criado em 1952, o primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-1. Nele o Autismo aparecia como sendo um subgrupo ou reação da Esquizofrenia Infantil.
Nas décadas de 50 e 60, surge o primeiro mito sobre o Autismo – a hipótese da “Mãe-geladeira”, criado pelo psiquiatra Leo Kanner, atribuindo que a mães emocionalmente frias com seus filhos, seria a causa do Autismo, porém, no final dos anos 60, com o desenvolvimento científico, esse mito cai por terra, pois, surgem evidências de que o Autismo era um transtorno cerebral presente desde os primeiros anos de vida e encontrado em todos os países e grupos étnicos e socioeconômicos. Tempos depois, Leo Kanner tenta se retratar por sua teoria totalmente absurda.
Em 1965, Temple Grandin, foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, ela criou a “Máquina do Abraço”, um aparelho que simulava um abraço e acalmava pessoas com autismo. Além disso, seu equipamento foi usado por animais no momento do abate e suas técnicas e projetos de instalação são referências internacionais.
Somente em 1978, o conceito do Autismo ganha forma, através do psiquiatra Michael Rutter. Ele classifica o Autismo como um distúrbio do desenvolvimento cognitivo, criando um marco na compreensão do transtorno e propondo uma definição com base em quatro critérios: atraso e desvio sociais, problemas de comunicação, comportamentos estereotipados e maneirismos e início antes dos 30 meses de idade.
Com base nessa definição, em 1980, o DSM-3, o Autismo é reconhecido pela primeira vez como uma condição específica e colocado em uma nova classe, a dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID). É considerado um Transtorno por afetar várias áreas do funcionamento cerebral.
Em 1998, a revista Lancet publicou um artigo do cientista Andrew Wakefield, afirmando que algumas vacinas causavam Autismo, surgindo assim, mais um mito sobre as causas do Autismo. Esse artigo foi desmentido em 2014 e o cientista perdeu o seu registro.
Em 2007, a ONU instituiu o dia 2 de abril como o dia Mundial de Conscientização do Autismo, para despertar o interesse da população pelo tema.
Com os avanços científicos, em 2013, foi publicada a nova versão do DSM-5, ele passa a abrigar todas as subcategorias do autismo em um único diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA), com diferentes níveis de gravidade e em 2022 surge a nova versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a CID 11, seguindo o que foi proposto no DSM-V, passando a adotar a nomenclatura Transtorno do Espectro do Autismo para englobar todos os diagnósticos anteriormente classificados como Transtorno Global do Desenvolvimento.
A prevalência do Autismo, cresceu progressivamente nos últimos 18 anos: em 2004, era um em cada 166. Em 2012, um em cada 88. Em 2018, um em cada 59, em 2021, um em cada 44, e em 2023, 1 em cada 36.
Isso é alarmante e requer medidas urgentes e uma delas é propagação da informação, pois na teoria a inclusão já é realidade, precisamos colocar em prática.
A igreja é pioneira em várias ações, como o surgimento das universidades, dos hospitais, asilos, orfanatos entre outras e, portanto, com relação ao Autismo, não poderia ser diferente, vamos fazer a inclusão de fato.
Convidamos você a ser nosso parceiro nessa caminhada.
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