Mesmo sem merecer,
Ele levou aquela cruz,
Subindo o Gólgota em agonia cruel.
Soldados o espancavam,
Pessoas gritavam, como nunca se viu igual:
“Salva–te a ti mesmo…”
Outros zombavam: faz milagres agora…
Poucos olhavam compadecidos…
Mesmo sem merecer…
Subiu o Gólgota, carregando aquela cruz,
Nas ruas estreitas de Jerusalém!
Maria se condoía, no trajeto sem falar.
Sabe que é o Filho amado
E não pode nem suplicar!
Sobem juntos o Gólgota,
Com a alma partida: chora, geme sem sequer suplicar…
Vê as atrocidades dos soldados,
Os cravos sendo pregados,
A coroa de espinhos…
Gotas de sangue caídas no chão…
O levantar da cruz, a zombaria cruel
Dos líderes e soldados:
“Se és o Rei dos judeus,
desce agora da cruz”,
Enquanto do outro lado
fala o “mau ladrão”:
“Se és o Cristo, salva-te a ti
mesmo e a nós também”!
Enquanto o outro lhe diz:
“Nem ao menos temes a Deus,
Estando na mesma condição?!
”E clama: “Jesus, lembra-te de mim,
Quando no teu reino entrares”!
“Hoje comigo, no meu reino estarás!”
E bradou em alta voz dizendo:
“Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”!
O soldado romano adorou a Deus e disse:
“Sem dúvida este homem era inocente” …
Ele subiu ao Calvário,
Por amor de ti, para salvar-te!
Mesmo sem merecer!
Fonte:
Poemas do coração/ Teremar Lacerda Rocha – 1ª edição: abril de 2023 – Rio de Janeiro: GodBooks, Editora2023. 200 p.