Como é bom ler nas cartas de Paulo sobre suas viagens, suas aventuras e desventuras. O interessante é que na visão do missionário tudo que ocorria em sua vida ou ao seu redor era motivo de dar glória a Deus, pois mesmo diante dos problemas, este missionário via nascer e crescer possibilidades.
Você deve estar pensando, mas o que o apóstolo Paulo tem a ver com o mover de Deus por meio da ação de mulheres? Será que o título desta devocional está adequado? Ou será que é preciso mudar o sentido neste contexto bíblico? Que tal prosseguir, quem sabe o sentido surja e possa ser revelado, conhecido e aprendido.
Nas cartas paulinas, com certeza, é muito fácil perceber que o ministério do apóstolo Paulo envolveu muitos colaboradores e seguradores de cordas, sem os quais sua tarefa teria sido mais penosa e pode-se dizer solitária. Mas, no reino de Deus aprende-se, desde cedo, que o ato de caminhar requer companhia. Envolve sempre a relação de um ao lado de outros irmãos na fé. De fato, essa interação é necessária, pois é ela que mantém viva a chama de fé e esperança, que deve alimentar sempre os corações.
A chama da fé e esperança sempre foi trabalhada pelo apóstolo Paulo em suas cartas à Igreja; e é muito interessante quando se observa as diferentes manifestações deste missionário demonstrando sua gratidão por essas pessoas, as quais estavam andando com ele no caminho. Pessoas que fizeram diferença em sua vida e que se descobriram com uma missão bem especial e definida.
E novamente você deve perguntar: está tudo certo, mas em que lugar estão inseridas as mulheres neste processo? E é, neste ponto, que surge um texto em Romanos 16.1-2 que fala especificamente sobre a ação especial de uma mulher. Seu nome: Febe.
O apóstolo Paulo intercede à Igreja que receba à Febe no Senhor, ou seja, com carinho, alegria, acolhimento e amor, isso indica sem reservas. Esta recomendação dirigida do missionário tinha um motivo especial, sua gratidão. Esta gratidão vem expressa na palavra que marcava a ação e a atitude demonstradas por esta mulher: proteção.
Quando se pensa em proteção, associa-se esta palavra a cuidado, zelo, ousadia, destemor, uma vez que quem protege o faz em relação a um outro, e isso pode dar indícios sobre o sentimento de alteridade que movia as atitudes de Febe em relação à vida dos missionários.
A ideia que se pode fazer de Febe é de que era uma mulher de fibra, que não se detinha diante de um problema ou desafio, que não media esforços para ajudar aqueles que precisavam de sua mão e encorajamento. Pode-se inferir que este era o sentimento que ela fez germinar nos corações dos missionários. Sim, de fato era uma mulher sem igual!
Hoje, a Igreja Batista está levantando as muitas Febes, que ao abraçarem a causa missionária estão se posicionando à frente de uma missão essencial para o reino de Deus, uma vez que por meio de sua ação, a visão é ampliada e vidas são transformadas.
Agir como Febe numa sociedade tão individualista é colocar-se como instrumento nas mãos de Deus para fazer a diferença. Diferença que pode ser sentida e experimentada tanto na vida dos missionários, alvo deste cuidado e proteção, como também da sua célula por compreender que uma missão pode dar novo sentido à vida cristã.
O mover de Deus começou e que alegria é ser participante deste processo. Que alegria é dispor-se como instrumento nas mãos do Pai, o grande Eu Sou. Que privilégio é estar comprometida com a expansão do Reino e com a transformação de uma geração.
Que se levantem mais Febes na Igreja! Agora é a hora de assumir um posicionamento. Agora é hora de ver a realidade com os olhos do Senhor. Agora é a sua vez, agora é a minha vez. Agora é a vez de experimentar o sentido de ser corpo de Cristo!
Que Deus nos capacite nessa missão, amém!