Um propósito guarda relação com a intencionalidade presente na proposta formativa e educacional a ser implementada. Isso porque, não se pode pensar sem que haja um objetivo ou uma finalidade que delineará todo esse processo. Compreende-se que é a partir dele que se tem a direção a ser seguida e que assegurará o resultado a ser alcançado.
Quando se fala da existência de um propósito missional na formação e educação feminina, fica bem claro que o trabalho a ser efetivado visa um fim específico e que se relaciona com o estabelecido por Jesus na “Grande Comissão”, fazer discípulos de todas as nações. Essa, portanto, é a intencionalidade a ser buscada.
O propósito missional não é empoderamento feminino, também não diz respeito a ocupar um espaço de relevância na sociedade. Ele tem tudo a ver com a expansão do Reino de Deus. Nesse sentido, não é sobre o ser humano, mas é sobre engrandecer e glorificar ao Senhor. É oportunizar que a instrumentalidade seja utilizada no anúncio da verdade.
A perspectiva formativa e educacional da educação feminina precisa ser ancorada na centralidade que é Cristo. Ela é valorizada quando se tem consciência disso, por isso, é preciso compreender que em uma missão se tem uma finalidade acima dos interesses e das batalhas individuais ou particularizadas. Em uma missão, se tem a necessidade de perseguir o objetivo almejado por ela.
Quando se pensa na educação feminina, o que se tem em mente é a formação de discípulas que fazem discípulas do Reino. Nesse ato é que se expressa a sua razão de ser. Afinal, o que é de mais valor: ocupar um espaço entre homens ou disseminar a mensagem sobre o dono do espaço? Na primeira opção, se tem uma realidade efêmera, transitória e que só traz glórias para si mesmo. Na segunda opção, se tem uma realidade eterna, centrada naquele que merece toda a adoração e louvor. De fato, que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).
A lógica do reino não é similar à do mundo. Ela inverte os valores humanos, no sentido de dizer o que de fato importa, o que é a prioridade. De fato, a formação e a educação femininas são essenciais, principalmente, para que se possa viver com os valores do Reino e o propósito da missão. Atuar na missão para a glória de Deus é algo inestimável, de uma beleza ímpar, porque se está envolvido ativamente e conscientemente com o Senhor da Seara.
Diante do propósito missional, é preciso pensar na proposta formativa e educacional feminina. Ou seja, o que ensinar, por que ensinar, como ensinar e para que ensinar. É aqui que se projeta o currículo a ser desenvolvido, o qual será direcionado para atingir o estabelecido. Portanto, esse processo não é neutro, mas tem uma finalidade bem demarcada. Assim, o que ensinar, expressa o objeto, ou seja, o conteúdo. Sobre o porquê ensinar, evidencia as razões para tal conteúdo. O como, traz a ideia de que se faz necessário pensar na metodologia ou no procedimento metodológico. E, não menos importante, o para que ensinar, explicita sobre o valor de uma intencionalidade a ser buscada.
Compete fazer uma ilustração da estrutura curricular, que poderá ajudar no processo de construção e sistematização da proposta formativa e educacional, observando que não se tem como extrair a centralidade referenciada em um propósito a ser perseguido, visto ser o ponto de partida de um currículo, essencialmente, bíblico. Esse é apenas um exemplo. Assim:
Autora: Domingues, 2025.
É claro que se pode eleger outros propósitos, porém eles precisam ser pautados nos princípios bíblicos, os quais asseguram a missão e promovem a expansão do Reino de Deus. A expressão “discípulo de Jesus” explicita que há compreensão sobre o sentido de ser, uma vez que abarca um compromisso assumido diante da comissão recebida. Assim, formação e educação feminina traduz uma missão a ser completada e que pode ser traduzida no seguinte chamado: mulheres em missão fazem discípulos de todas as nações, porque esse é o verdadeiro sentido da sua adoração.