Vamos conversar, aqui no Blog, sobre o uso de métodos ativos no ensino bíblico. Será uma série de artigos, portanto, fique atento às postagens.
Se a popularização da internet e dos dispositivos móveis trouxeram grandes desafios para a educação secular, imagine para a EBD. As mudanças trazidas pelo mundo digital chegaram para ficar e afetaram diretamente a maneira como as pessoas ensinam e aprendem. Enquanto isso, em muitas salas de estudos bíblicos, ainda são adotados métodos educativos que priorizam a transmissão de conteúdo. Com o uso prolongado de métodos passivos, os alunos parecem menos dispostos a resolver problemas, tomar decisões, assumir posturas éticas e ações práticas de acordo com os padrões bíblicos apresentados em sala.
Os estudos em educação sinalizam fortemente para a necessidade de adotar posturas mais interativas que integrem professores, alunos e conteúdo nos ambientes de aprendizagens. De maneira geral, quando se fala em metodologias ativas, pressupõe uma ampliação do envolvimento do aluno no processo de aprendizagem, por meio de um conjunto de ações que o leva a interagir com o assunto em estudo, em vez de somente recebê-lo de forma passiva. Principalmente porque o professor não é a única fonte de informação disponível para o aluno.
Se queremos que os alunos sejam proativos, assumam posturas que demonstrem virtudes cristãs ou liderem com coragem e integridade, precisamos adotar metodologias em que eles se envolvam em atividades cada vez mais complexas e colaborativas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Afinal, na EBD, ensinamos para a vida e não simplesmente para a mente. Queremos ver discípulos de Jesus, líderes atuantes no mundo e não doutores na Lei.
O uso de metodologias ativas na EBD pode ajudar os alunos a desenvolverem habilidades de liderança, trabalho em equipe, capacidade de reflexão e discussão, análise crítica, autonomia, confiança e capacidade de resolver problemas do cotidiano a partir das virtudes cristãs aprendidas. Mas, antes de conhecermos e usar métodos ativos, é importante discutir com a equipe de professores sobre a necessidade de novas práticas; criar automotivação para a mudança; analisar bem o material apresentado na revista do professor e reorganizar os ambientes de aprendizagem.
A busca pela mudança de mentalidade em relação ao que esperar de uma aula é um dos principais desafios a serem enfrentados no processo de inovação no ensino tanto pelos alunos quanto pelo professor, que pode ficar receoso, especialmente, em relação à perda de sua tão tradicional autoridade em sala, na medida em que ele não é mais o centro do processo, responsável por ditar o ritmo das interações e o único a deter o conhecimento, modificando, profundamente, a relação aluno-professor.
Referência:
MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A. de; MORALES, O. E. T. (orgs.). Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015.
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A igreja precisa está preparada para as demandas do nosso tempo.