Quem nunca brincou de Lego? Peças coloridas, com formas diferentes e alguns bonequinhos nos ajudam a criar o que quisermos. Claro, quanto mais peças, maior nosso poder de invenção.
A empresa dinamarquesa leva a sério a sua missão em “inspirar e desenvolver os construtores do amanhã através de seus produtos”, onde os próprios colaboradores são desafiados e incentivados a imaginar, criar, pensar diferente, mudar de comportamento, buscar soluções e participar ativamente com ideias e conteúdo.
Daí, deixo a seguinte pergunta para você, querido leitor: será que a Igreja não pode aderir a essa forma (inovadora e criadora) de existir e impactar a sociedade?
Ando refletindo frequentemente sobre essa questão junto de líderes de nosso meio e vemos que, sim, é possível. Não só é possível como já temos exemplos de igrejas que são notadamente relevantes para a sua comunidade local. Igrejas com existência expressiva em sua forma de adorar e difundir o Reino como peregrina que é. O apóstolo Pedro costuma usar a expressão “paróikos” em sua primeira Epístola orientando os cristãos (peregrinos) em todo proceder, construindo uma cultura exclusiva dos salvos para os perdidos. Cultura esta que parte do ensinamento para a vida prática.
Por falar em cultura, vamos conferir cinco comportamentos que farão toda a diferença no ato educacional em sua comunidade:
1º – Expanda seu ecossistema
Grande maioria das atividades da igreja estão voltadas para atender seus participantes, ou seja, quem frequenta regularmente o ambiente, certo? Bom, essa estratégia merece ser repensada.
Como educadores precisamos nos manter mais próximos de todos os departamentos que a organização possui, afinal, a educação está por toda parte. Responda-se: a educação tem se importado com o setor de patrimônio? Ela se comunica com o corpo diaconal de modo influente? Ou ainda…
Será que a igreja assume seu papel com aqueles que são/parecem ser seus parceiros externos? Ela certamente recebe um entregador, eventualmente. Contrata escritórios de advocacia e contabilidade para tratar de burocracias internas. Possui fornecedores. Enfim, relacionar informações internas com externas torna possível apresentar dados relevantes para encontrar melhores recursos. E melhores recursos resultarão em melhores soluções.
Portanto, considere coletar dados externos, como nos exemplos citados, para atrair um público maior e aprimorar a experiência espiritual destas pessoas (novos integrantes).
2º – Medir e motivar os colaboradores
Sempre há algo para ser melhorado. Não é porque algo funciona que está finalizado ou que não carece de ajuste.
Compartilhamos de uma era em constante mudança. Permita que seus colaboradores diretos participem motivados de toda a cadeia do projeto. Nada melhor do que iniciar essa mudança com a inclusão deles na construção de algo novo. Mas, antes, é preciso apurar os esforços de cada um utilizando três métricas:
a. indicadores de liderança – verifica quem está preparado e treinado para contribuir de forma satisfatória.
b. indicadores de processo – avalia quantas ideias devem compor o pipeline e se há equilíbrio e robustez suficientes para tocar o projeto.
c. indicadores de atraso – considera o tempo que as ideias levam desde sua sugestão até a decolagem.
Você poderá perceber que os colaboradores se sentirão mais engajados só pelo fato de fazerem parte da inovação. Posteriormente, dê continuidade a este processo sob a forma de reconhecimento público e recompensas significativas. Isso é louvável.
3º – Enfatize a velocidade
Inovação não combina com lentidão. A agilidade faz parte de uma cultura de inovação, portanto, mova pessoas! Dite um ritmo.
4º – Considere os riscos
Toda mudança apresenta riscos e isto deve ser considerado para melhor planejamento das ações. É importante questionar: quais os desafios vamos enfrentar para avançar? O que precisamos fazer para tudo funcionar?
5º – Busque equilíbrio nas operações
Quando na infância aprendemos a escrever usamos uma das mãos apenas. O uso rotineiro desta mão define se somos destros ou canhotos. No universo da inovação somos ambidestros. Entender isso faz total diferença.
Uma igreja não interdita suas atividades para provocar mudanças, ela continua ali, funcionando enquanto uma equipe se concentra em meios inovadores para criar uma educação que cause impacto na sociedade atual e nas futuras. As verdades bíblicas precisam ser anunciadas a todo momento, concentre-se nisto.
Por isso, não pare. Não desanime. Não desista. A sociedade de nosso século precisa de uma igreja relevante e ela é representada por nós.
Sejamos uma igreja proativa, viva e jamais reativa.
“O sábio, usando seu conhecimento, continuou a ensinar ao povo o que sabia.”
(Eclesiastes 12.9)