Essa frase do gato Cheshire à Alice no País das Maravilhas veio da pergunta:
-“ Gato Cheshire… pode me dizer qual o caminho que eu devo tomar?
Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.
Eu não sei para onde ir! – disse Alice.
Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”
(Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll)
Final de ano: aproxima-se mais um ANO NOVO e com ele todas as expectativas de mudanças, melhorias, novos projetos, enfim, muita esperança de coisas novas. Pelo que vi na maioria das igrejas por onde passei, os pastores estão sempre se adiantando e organizando suas agendas para o ano seguinte – incluem novos projetos, novos enfoques, novas pessoas etc. Porém, raramente vejo líderes sentarem-se para planejar o ano eclesiástico a partir de objetivos educacionais.
Uma organização como a igreja não deveria guiar-se por objetivos de ensino, tais como descritos na missão que o Senhor deu à igreja em Mateus 28.19,20? – “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos.”
Percebam alguns pontos importantes dessa missão:
- Trabalhar com pessoas de todas as nacionalidades para que sejam seguidores de Cristo. Isso implica conhecer as diversas culturas de sua igreja e do seu entorno, possíveis seguidores e grupos específicos a alcançar. Conhecê-los implicará em ajustar a metodologia de ensino para as mais diferentes culturas existentes no contexto.
- Batizar os seguidores de Cristo – Implica preparar as pessoas para tomarem uma decisão baseada em fundamentos sólidos para que firmem um compromisso verdadeiro com Cristo e sua igreja.
- Ensinar os seguidores de Cristo a obedecer aos mandamentos do Mestre – implica conduzir os discípulos num processo contínuo de conhecimento da Palavra, aplicação prática dos princípios divinos e autoexame contínuo de seu crescimento.
Para dar conta de cobrir esses desafios com eficiência (fazer certo as coisas) e eficácia (fazer a coisa certa), a Pedagogia e mesmo a Ciência da Gestão de Pessoas aponta para um bom planejamento.
O QUE É UM PLANEJAMENTO?
O planejamento, segundo o Pr. Josué Campanhã (2016 ), era algo comum na igreja primitiva, ora por ações da própria igreja diante de um problema, ora por intervenção direta do Espírito Santo para produzir as transformações necessárias. No entanto, as características de um bom planejamento devem incluir: a missão e a visão da igreja – que indicam o lugar onde se deseja chegar. Para alcançá-lo é preciso detalhar o que precisará ser feito: objetivos e plano de ação.
COMECE PELOS OBJETIVOS…
O mais simples planejamento deverá incluir:
- Os objetivos gerais (alcançáveis em longo prazo – exemplo: em um ano) – frase contendo verbos de ação indicando a mudança de comportamento esperada;
- Os objetivos específicos (alcançáveis em curto prazo – exemplo: uma atividade) – frases contendo verbos de ação indicando a mudança de comportamento esperada num curto espaço de tempo;
- As estratégias ou metodologias – atividades que serão planejadas de acordo com os objetivos e com o contexto em que se está inserido;
- O cronograma – estabelece datas, horários e equipe responsável;
- Avaliação – ocorrerá no final das atividades com o fim de verificar com que grau de eficiência e eficácia os objetivos foram alcançados.
Pare e pense se não está na hora de reformular seus planos! “Se não planejamos, não sabemos onde queremos chegar, e, se não avaliarmos, não sabemos aonde chegamos”(2).
Fontes:
- A arte de planejar. Campanhã, J. Blog da envisionar, 2016. https://envisionar.com/blog/a-arte-de-planejar/
- Curso Planejamento e estratégia para Gestão Escolar, FGV, 2021 (cursos gratuitos).