Já conversamos aqui no blog sobre projetos. A AECBB realizou em 2020 um encontro de educadores em que o tema foi Inovação. Nessa ocasião foi apresentado aos congressistas uma palavra sobre uma proposta de projeto em educação cristã apelidado de PEC. Porém, não vamos falar do PEC, vamos falar de projetos.
Chamou minha atenção um livro escrito por Nilson José Machado, professor e autor de diversas obras sobre educação, intitulado Educação: cidadania, projetos e valores. O autor demonstra em um de seus capítulos que se podem atribuir 3 significados à palavra projetos: referência ao futuro, abertura para o novo e o caráter indelegável da ação projetada
- Projeto como uma referência ao futuro – assim diz: “um projeto significa sempre a antecipação de uma ação, envolvendo uma referência para o futuro” […] “não se faz projeto se não existe futuro […] o futuro não existe – ou não existirá – sem nossos projetos”.
- Projeto como uma abertura para o novo – assim diz: “certa abertura para o desconhecido, para o não-determinado, para o universo das possibilidades, da imaginação, da criação, para o risco do insucesso são ingredientes necessários”.
- Projeto com o caráter indelegável da ação projetada – “um projeto é a antecipação de uma ação envolvendo o novo em algum sentido, mas uma ação a ser realizada pelo sujeito que projeta, individual ou coletivamente” […] “assim como não se pode viver pelo outro, não se pode ter projetos por ele”.
Como viver a vida sem projetos? Como viver sem projetar para o futuro? Como fazer projetos sem estar aberto para o novo, para o risco, para um possível não acerto? Como delegar seus projetos de vida para o outro?
O educador cristão à frente de um desafio ministerial, há de viver sempre voltado para o futuro, para o risco e para a ação. Quando não há desejo de se projetar mais nada, o tempo para, acaba e como diz o autor, não há possibilidade de vida pois “os projetos nos mantém vivos”, isso é um privilégio do ser humano, os animais e as máquinas não conseguem fazer isso.
Que o Senhor nos capacite sempre mais, a conseguirmos olhar para o futuro projetando o Reino de Deus; que nos capacite ao novo, ao desconhecido, ao incerto, sempre de mãos dadas com o nosso mestre; que nos capacite a estarmos sempre prontos, fortes, cumprindo o mandato do Senhor, qual seja, expandir o reino, cumprir a missão com criatividade.
Referência: MACHADO, Nilson. São Paulo: Escrituras, 2016, p. 28-31.