Neste setembro amarelo – um tempo em que a saúde mental está em foco, lanço luzes sobre um dos episódios mais significativos das andanças de Jesus de Nazaré e seus amigos:
Jesus de Nazaré chamou os amigos mais próximos – Pedro, Tiago e João – para O acompanhar em sua maior crise, vivida à exaustão no Getsêmani. Cruzando as informações de Mateus 26 e Lucas 22, os amigos foram vencidos pelo sono e perderam a oportunidade única de fazerem-se presentes na experiência anterior à prisão e crucificação.
Quando vemos alguém suar gotas de sangue, não sabemos o que fazer, mas, estar ali, já seria encorajador…
Não é apenas o que nos aflige que nos asfixia: A sensação de solidão aumenta nossa dor. E, sozinhos – mesmo acompanhados, é ruim…
Se por nossos amigos mais íntimos… É pior!
Principalmente quando chamados para o enfrentamento… É mais que pior!
E, se se trata de nosso maior embate… Sem palavras!
Perceber-se sozinhos ou abandonados enfraquece o sistema imunológico – rouba-nos forças. (Na escassez de recursos humanos, Deus O supriu com recursos divinos: “E apareceu-Lhe um anjo do céu, que o confortava….”)
Nos últimos meses vivemos pandemias que podem descrever a Pandemia Covid19. São as explosões de crises conjugais, divórcios, desempregos, solidão, luto – o crônico nacional (quase 600 mil brasileiros foram vitimados) e o nosso pessoal, íntimo – de amigos queridos e familiares. Nunca, como hoje, precisamos refletir sobre o quanto às vezes gritamos por companhias; noutras tantas vezes somos as companhias – quando não devemos dormir no ponto.
Das muitas verdades inconvenientes é a sensação de que não estamos nos identificando com nossos semelhantes; não estamos escutando seus clamores. Não estamos participando das dores alheias. Uma vida inundada por tecnologia tem o efeito das conexões que deveriam aproximar, distanciar pessoas. Parece-nos que a fila de sacerdotes e levitas a ignorar vítimas, passar ao longe, nas diversas estradas de Jericó a Jerusalém cresce a cada dia.
Das mais relevantes expressões do Deus encarnado está seu desnudamento aqui. Quem nunca…??? Se até mesmo Jesus de Nazaré, o próprio Deus, chamou para compartilhar sua dor e angústia, o que dirá de nós…! Por mais que muitas vezes neguemos, não reconheçamos – resistamos à ajuda, empurremos com nossas “barrigas”, não sabemos tudo, não acertamos sempre e: Precisamos uns dos outros!
“Santidade não tem tanto a ver com guardar sábados; mas com guardar pessoas” – Rick Watts
O Getsêmani nos adverte que até mesmo num jardim (Horto das Oliveiras), podemos sentir as pressões de nosso cotidiano. De lá ecoam lições sobre solidariedade, empatia, amizade e partilha. Cá pra nós: Qual a dor de seu/sua amigo(a)? E do seu/sua amigo(a) mais próximo???