“A esperança adiada entristece o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida” Pv. 13.12
Ah! a infinitude da ESPERA. É o marinar de Deus moldando o coração e forjando o espírito. Quem tem necessidade, tem pressa; aguardar pode ser uma experiência muito difícil. Todos querem atravessar o mais rápido possível por uma situação de desemprego, decepção, luto, separação, um tratamento de saúde, a compra de um bem durável ou qualquer condição incapacitante da realização tão esperada.
Num primeiro momento ainda existe o fôlego de confiar em si mesmo e na própria força, fazendo o que acha que precisa ser feito para superar tudo. Quando precisamos de uma resposta e os dias se passam sem resposta, incorremos no risco de criar a expectativa de esperar que outra pessoa possa vir ajudar, até que tudo se torna uma grande exaustão e expressamos: “agora é só Deus!”. Quanto mais cedo entendemos que tudo – o tempo todo – é Deus, mais aprendemos d´Ele a superar.
Na adversidade Deus muda as prioridades humanas, que aos poucos passam a se alinhar aos Seus propósitos eternos. Esperar precede um sim ou um não de Deus e nem sempre precisa significar dias longos, cheios de expectativa, angústia, noites insones que fragilizam a alma cansada. A Bíblia traz o exemplo de Paulo e Silas que “Por volta de meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os presos os escutavam” (At 16.25).
Enquanto Paulo e Silas faziam a obra do Senhor foram agarrados, arrastados para a praça e açoitados com muitos açoites de vara – Paulo era judeu com cidadania romana e a lei proibia estritamente que se açoitassem os cidadãos romanos – e lançados no cárcere, com os pés presos no tronco. Não estavam numa condição confortável e muito menos justa e mesmo assim não se sentiram vitimizados. Não sabiam se seriam libertos, apenas louvavam a soberania de Deus.
Quando se tem intimidade com o Altíssimo, não importa a resposta e sim o processo de estar em Sua vontade e confiado n´Ele. Na fornalha ardente em Dn 3.16-18: “Sadraque, Mesaque e Abednego disseram ao rei: Ó Nabucodonosor, não precisamos responder-te sobre isto. O nosso Deus, a quem cultuamos, pode nos livrar da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei. Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não cultuaremos teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste”.
Também Davi esperava em Deus, conforme 2Sm 12.15-18: “Então Natã foi para casa. Depois o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi, e ela adoeceu gravemente. Davi buscou a Deus em favor da criança, observou rigoroso jejum e, recolhendo-se, passou a noite toda deitado no chão. Então os oficiais do palácio se puseram ao lado dele para o fazerem levantar-se do chão; mas ele não quis e não comeu com eles. Sete dias depois a criança morreu”. Ao saber da morte, Davi então levantou-se, foi-se lavar, arranjou o cabelo, mudou de roupa, dirigiu-se ao tabernáculo e adorou o Senhor.
Esperar em Deus não deve ser vivido em revolta e autopiedade, nada produtivos, e sim como uma oportunidade única para desenvolver intimidade com Deus e maturidade espiritual, alicerçado na verdade: “[…] porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia” (2Tm 1.12b).