“Como suportarei a destruição da minha família?” (Ester 8.6b)
Existem momentos em que a dor que se sente é tão profunda que não parece ter fim. Não se enxerga saídas e isso causa uma tristeza que abate a alma, de tal maneira que atinge a saúde e o bem-estar bio-psico-espiritual. E isso, ainda, se torna mais contundente quando essa dor atinge um integrante da família.
Estar e conviver em família é uma dádiva, pois é nela que se aprende os primeiros passos sobre relacionamentos, os quais envolvem renúncia, compartilhamento, conflitos e decisões. É nela, que se aprende a respeitar, valorizar e até mesmo a se indignar diante de injustiças e promessas quebradas. A família é um espaço singular porque não há como se esconder do outro. Nela, cada um se apresenta como é, qualidades e defeitos, contudo, é um lugar que se deseja pertencer, principalmente, quando se tem referências positivas e interações saudáveis.
A menção trazida no versículo bíblico, diz respeito ao episódio que envolveu o decreto real, a rainha Ester, seu primo Mordecai e o povo de Israel. O decreto assinado pelo rei Assuero selava o destino de um povo, ou seja, a sua dizimação. Entretanto, Mordecai aciona a rainha Ester e lembra sobre sua descendência e responsabilidade diante do povo.
O ato de Mordecai, trazer a memória de Ester sobre a sua descendência, impactou em sua decisão, mesmo diante de uma situação perigosa, ela assume o seu lugar e enfrenta o perigo de frente. Ela sabia que tudo poderia desmoronar, mas preferiu confiar em Deus, embora, não se tenha registro deste pensamento, mas, sim, de sua ação. Ela conclama o povo a jejuar por ela. E isso foi o diferencial para que pudesse contemplar a mudança da história de seu povo, sua família.
A partir da ação de Ester é possível compreender que mesmo em situações desesperadoras, não se pode sucumbir diante delas. Antes, é preciso entregá-las nas mãos daquele que pode todas as coisas. Não é pela força humana, mas é pela força do Senhor.
Compreende-se, ainda, que não se pode entrar em situações complicadas de forma despreparada. É preciso investir tempo em oração, jejum e comunhão com Deus, porque é nesse momento em que ocorre o preparo para enfrentar os problemas, tendo discernimento sobre o que se está combatendo. É uma luta que se trava, mas não sozinho, com a presença do Espírito Santo de Deus.
Aprende-se que não se pode renunciar à família. É preciso lutar pelo restabelecimento dos vínculos, ou seja, dos relacionamentos. A família faz parte de quem se é, do que se acredita, assim, se um integrante não está em paz, isso desequilibra toda a família, pois ela é uma unidade composta por cada um dos seus integrantes.
A harmonia na família é conquistada por meio dos relacionamentos saudáveis, significativos e constantes. Isso não quer dizer que não existirão conflitos, mas que se sabe a maneira correta de como resolvê-los. Uma das formas é chamar à responsabilidade, não se pode “passar a mão na cabeça” e fingir que tudo ficará bem. Existem momentos que o confronto é necessário para que haja crescimento e amadurecimento.
No episódio que marca a história de Ester, é possível ver estas ações presentes e é claro que aconteceu o milagre. Deus atendeu a oração, moveu o coração do rei e trouxe meios de o povo se defender do perigo iminente. Isso ensina que mesmo diante do caos, Deus intervém e pode sim mudar o desfecho da história.
Então, o que está causando dor ao seu coração? Que motivos você precisa levar em oração? Ainda, esses motivos precisam ser alvos do jejum? Leia a história de Ester e deixe Deus ministrar ao seu coração.
Tenha uma semana abençoada e creia que jejuar e orar pela família vale a pena.