“Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” (João 14:5)
Dependendo da entonação dada ao título acima, você pode transmitir um significado diferente ao pronuciá-lo. A questão é que a pergunta feita por Tomé permite que tenhamos uma das declarações mais fortes acerca do Senhor Jesus, proferida por Ele mesmo. Nos evangelhos não aparece Tomé fazendo grandes feitos, mas dá para percebê-lo como quem diz o que pensa, corajoso, questionador, incrédulo, quem acompanha os discípulos.
Neste evangelho, já vimos Tomé, em um ímpeto de coragem dizer “Vamos também nós para morrermos com ele” (Jo 11:6), mais a frente será apresentado como o pragmático, só acredita se ver. Mas agora, ele é alguém que diz o que pensa, pois não está certo do que Jesus mesmo fala. E olha que já são quase três anos de caminhada! Mas há um grande benefício para nós quando Tomé expõe ao Senhor Jesus o seu questionamento. Sem ele não teríamos a resposta tão precisa e intensa que João registra acerca de nosso Mestre: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
Desde a queda, a humanidade vagueia sem achar o caminho para Deus. Veja-se a história do povo de Israel, vagando por anos, sem encontrar o verdadeiro caminho, ou fugindo dele, ou perdendo-se dele. É como Jó expressa “Ah! Se eu soubesse onde o poderia achar! Então, me chegaria ao seu tribunal” (Jó 23:3). Assim é cada um fora do caminho. Mas Jesus põe um fim nesta procura. A história de Israel nos mostra um ziguezagueado para se chegar a algum lugar. Mas o Filho nos mostra o reto e verdadeiro caminho. Ele diz “Eu sou o caminho”. Ele não diz, vá por aqui, por ali, dobre à direita, depois à esquerda e continue que você chega lá. Não! Mas diz, Eu sou o caminho. Eu te levo a Deus, venha aqui comigo!
Jesus não é “fake”, é real. É a verdade absoluta. A busca pela verdade é algo que Davi também perseguia, como declarou “Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade” (Sl 86:11). Não só buscava o caminho, mas acreditava que o caminho é que lhe conduziria na verdade. Jesus então apresenta-se não só como o caminho, mas como a verdade que se deve andar. Em Jesus não há mentira, falsidade, porque Ele fala o que o Pai lhe designou falar e fazer. Como João mesmo já declarou desde o início deste evangelho, Jesus manifestou-se cheio de graça e de verdade. A Palavra de nosso Senhor é a Verdade e é Ele quem diz, não podeis conhecer a Deus sem mim, não há outro meio, pois Ele é a verdade que liberta.
Mas Jesus também é a vida. Se com a queda, o homem perdeu o caminho e abraçou a mentira, também morreu espiritualmente. Agora com Jesus, o homem tem vida novamente. Antes, Ele também já falou para a mulher samaritana que era a fonte de água viva e se ela soubesse com quem falava, ela não estaria perdendo tempo com aquela prosa. Águas paradas não movem moinho, já diz o ditado, mas nosso Senhor é aquele que é a fonte de água e daqueles que o seguem vai jorrar água viva, porque recebem da vida que Ele dá e é. Para a morte espiritual só há uma solução, Jesus, a vida!
É!, Tomé fez uma pergunta interessante e que nos deu a possibilidade de ouvir do próprio Senhor Jesus a declaração maravilhosa que não poderia deixar de ser dita: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”! Expressar nossas dúvidas diante de Deus é algo extremamente importante, pois Ele não nos decepciona ou nos alija, mas nos toma para si mesmo, nos ensina o caminho a seguir e nos dá vida. Da próxima vez que tiver uma pergunta, não hesite em colocá-la diante de nosso Senhor, pois Ele, que é toda a verdade, vai dissipar todas as dúvidas. Senhor, ilumina-me sempre o coração com a tua Palavra santa e não me deixe hesitar em proclamá-la!