“Naquele dia Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram este cântico: “Consagrem-se para a guerra os chefes de Israel. Voluntariamente o povo se apresenta. Louvem o Senhor! “Ouçam, ó reis! Governantes, escutem! Cantarei ao Senhor, cantarei; comporei músicas ao Senhor, ao Deus de Israel. “Ó Senhor, quando saíste de Seir, quando marchaste desde os campos de Edom, a terra estremeceu, os céus gotejaram, as nuvens despejaram água! Os montes tremeram perante o Senhor, o Deus do Sinai, perante o Senhor, o Deus de Israel. “Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas estavam desertas; os que viajavam seguiam caminhos tortuosos. Já tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora, me levantei; levantou-se uma mãe em Israel. Quando escolheram novos deuses, a guerra chegou às portas, e não se via um só escudo ou lança entre quarenta mil de Israel. Meu coração está com os comandantes de Israel, com os voluntários dentre o povo. Louvem o Senhor! “Vocês, que cavalgam em brancos jumentos, assentam-se em ricos tapetes, que caminham pela estrada, considerem! Mais alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros, recitem-se os justos feitos do Senhor, os justos feitos em favor dos camponeses de Israel. “Então o povo do Senhor desceu às portas. ‘Desperte, Débora! Desperte! Desperte, desperte, irrompa em cânticos! Levante-se, Baraque! Leve presos os seus prisioneiros, ó filho de Abinoão! “Assim pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor! Mas os que te amam sejam como o sol quando se levanta na sua força”. E a terra teve paz durante quarenta anos.”
Juízes 5.1-12;31
Com certeza você já ouviu esta frase, “quem canta seus males espanta”, ou até mesmo já a proferiu em alguns momentos da vida. Geralmente, as pessoas associam esta frase quando estão passando por problemas, mas será que isso é verdadeiro? O ato de cantar tem por objetivo afastar os males?
Bom, é com certa frequência que repetimos frases, gestos e dizeres que estão enraizados na nossa cultura, mas não paramos para pensar no seu sentido, principalmente porque é algo que sai instantaneamente e, quando nos damos conta, já reproduzimos os famosos ditos populares. Você pode até mesmo citar alguns de cor, não é mesmo? E tem aqueles que são usados em situações especiais ou estratégicas, afinal são ditos que carregam um fundo moral.
Na história do povo de Israel, porém, o sentido do cantar não estava associado à tristeza e nem a um problema, mas à vitória. Vitória esta atribuída ao Senhor Deus, então quando cantavam o sentimento era de alegria e júbilo, diante da ação e intervenção divina. Interessante que o cântico era uma maneira de expressar gratidão a Deus pela sua ação sempre presente.
Um dos cânticos que revelam isso está registrado no livro de Juízes 5 (que tal conferir), e é ele denominado o “Cântico de Débora”. Este cântico não é muito explorado, nem mesmo muito conhecido, mas o seu teor é belíssimo, porque resume em forma de louvor o processo de ação estratégica do Deus Todo Poderoso na libertação do povo da servidão do inimigo.
Você deve estar se perguntando, mas o que torna este cântico tão especial, para que possa ser apontado como um cântico de vitória? É agora que vem a parte essencial que pode ser evidenciada assim: o cântico brota quando há reconhecimento de quem Deus é, afinal, Ele é o motivo da adoração, por isso bendizemos ao Senhor. Mas não fazemos isto por obrigação, antes nos entregamos voluntariamente a Ele, pois sabemos que Dele vem a nossa força. Por esta razão, não podemos fraquejar e nem desanimar, antes devemos estar atentos para esta realidade. Assim, enchemos nossos corações de esperança e júbilo.
Veja que interessante, antes mesmo de entrar numa batalha devemos crer que Deus está presente nela; e que Ele é fiel para mudar a história, mesmo diante do impossível aos nossos olhos.
É esta esperança que nos faz seguir avante com ousadia e confiança, naquele que faz infinitamente mais, diante do que pedimos ou pensamos.
O cântico de Débora reflete como deve ser o coração do adorador, que canta para aquecer a alma, busca o encorajamento e manifesta o sentido de submissão a Deus, ou seja, cantar para alegrar-se e regozijar-se no Senhor, pois Ele é a fonte que derrama vida, alegria na nossa vida. Que motivos você tem para cantar? O que impulsiona o seu louvor? Em que momentos você entoa cânticos de adoração? São reflexões pessoais para que você possa encontrar o sentido do seu louvor.
Débora responde em seu cântico sobre as razões do seu louvor, ao afirmar que o cântico que sai dos lábios é proveniente daqueles que “amam ao Senhor e por isso brilham como o sol, quando se levanta no seu esplendor”. Então, quem canta, seu brilho irradia, pois reflete a luz do Senhor. Pense nisso, e irradie a luz de Cristo em sua vida.
Compartilhe esta história com alguém que esteja passando por dias difíceis. Ore, louvando o Senhor em todos os momentos e circunstâncias.