Nem sempre as condições do mar ou do vento serão permanentes e propícias. Ao contrário do que alguém possa pensar, as mudanças no percurso são previsíveis, e os mais experientes já contam com elas.
As rotas planejadas e pensadas antecipadamente são o norte, a direção, e apontam o objetivo, a meta, a linha de chegada e a vitória. Sem rota, já saímos do ponto zero à mercê dos ventos uivantes e dos mares a serem navegados, sem diretriz, bússola, mapa.
Verdade seja dita: não é isso que queremos! Nosso ser utópico deseja um percurso sem incidentes. Viver a adversidade, a falta, os desvios, o recalcular da rota não é algo bem-vindo quando queremos que um plano dê certo.
Acontece, que viver é risco. Planejar faz parte do processo, e o processo deve prever as intempéries da trajetória. São elas que vão nos forjar, amadurecer, fazer nossa casca engrossar, dar-nos experiências e, mais tarde, expertise.
Quando pensamos a Educação Cristã, temos o imutável, o essencial: Jesus Cristo, o Verbo, a Palavra. E temos, a nossa humanidade, com suas formações e formas, os métodos e as metodologias, os diversos campos de atuação, o perfil e as faixas etárias das pessoas… E que fique bem frisado: quem não quer viver perigosamente, que busque outro ministério!
É tempo de recalcular as rotas. Olhar para o que tínhamos, visualizar o que temos, analisar o contexto com coragem e, só então, reescrever, planejar, projetar.
Algumas sugestões que podem ser úteis às diversas realidades:
- Desvendar a riqueza de novos alunos e discípulos potenciais
Aproveitar o retorno para “nivelar” a igreja através de um plano de estudos e discipulado é pensar uma Educação Abrangente. Um plano de ensino que vá da EBD ao Púlpito, aos cânticos, aos grupos pequenos em todas as faixas etárias, trará um senso de pertencimento a cada participante da comunidade de fé, crescimento bíblico e espiritual.
- Roteirizar eficientemente o crescimento dos crentes
Estabelecer uma rotina diária de leitura da Bíblia e oração. Realizar visitas estratégicas aos novos crentes, aos alunos da EBD, aos desanimados, hospitalizados e aos moradores do entorno, trará afetividade e comunhão, ocupará pessoas no serviço do Senhor, fazendo com que haja alegria e sentimento de colaboração. Desta forma, o crescimento será alcançado em mais quantidade de pessoas em menos tempo. Tudo porque o planejamento foi pensado para realização de todos para todos, com atividades certas e envolvimento.
- Mobilizar os líderes mais experientes para atendimento e oração
Convenhamos, nenhum pastor sozinho dará conta de tantas demandas e corações entristecidos, ansiosos e buscando renovo. Por isso, mais que literatura e eventos, os atendimentos extras a pessoas em situações assim poderão ser realizados numa verdadeira força tarefa. A Secretaria criará uma agenda com a disponibilidade dos que atenderão e, posteriormente, dos que serão atendidos. Para estes encontros, prepare uma ficha concisa para anotações do nome e breve relato do pedido ou situação. Se a situação exigir um atendimento pastoral, deverá ser sinalizado na ficha também.
A partir deste tempo de cuidado mútuo, avalie e prepare-se para dar os próximos passos. Creia: não será perda de tempo tratar as pessoas – desde a liderança, para seguir o caminho.
No tempo de cuidado, é certo que Deus apontará a você novas pessoas e líderes em potencial para seguir crescendo e sendo braço forte no ministério.
Alegre-se no percurso! Conte com a constante presença do Comandante e quebrante-se para receber dele as instruções necessárias e assertivas para alcançar os objetivos.
Pare de correr. Respire. Ouça. Recalcule as rotas. Lembre-se que o Deus de toda esperança é aquele que abençoará plenamente com toda alegria e paz, à medida de sua fé, para que você também transborde esperança, pelo poder do Espírito Santo (Rm 15.13).