“O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma. Também não tendes a sua palavra permanente em vós, porque não credes naquele a quem ele enviou.” (João 5:37, 38)
Nossos sentidos nos ajudam a termos uma percepção sensorial do mundo ao redor. Sentimos quando ouvimos, vemos, apalpamos, provamos e cheiramos. Diz-se até que as mães possuem um sexto sentido! Essas são as formas de percepções que Deus nos deu para interagirmos com a criação de forma geral, mas também com Ele mesmo!
No embate que Jesus trava com os judeus, conforme se percebe no contexto, Jesus explica sua missão. Ele faz uma revelação espetacular de que ele é “o embaixador plenipotenciário” do Pai! Tem toda a autoridade, representando por completo, sem nenhuma falta, o Pai. Ele também declara, em alto e bom som, que o próprio Pai é que lhe dá testemunho. Não aceitando qualquer glória humana ou o que quer que seja que não venha do próprio Pai. Nesta perspectiva, questiono-me por que a gente não se preocupa mais com o que o Pai pensa de nós e menos que os outros pensam!
Pela afirmação de Jesus não dá para conhecer a Deus pelos sentidos, pois diz “jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma”. Mesmo tendo o representante máximo de Deus ali, eles não o conseguiam perceber! Mas tem algo a mais e que eles também não tinham, que era algo que ia além dos sentidos, mas se obtinha por eles: a palavra de Deus. É o que Paulo, com sua percepção, vai dizer depois “a palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”. A Palavra que salva não é a que só se percebe lendo, mas a que vai para o coração e dá testemunho vivo do Salvador!
Assim, uma mera leitura/percepção da Palavra de Deus não traz benefícios. Mas o que gera transformação é a Palavra internalizada. Que vai dividindo o que achamos que somos para nos transformar no que devemos ser. Só aceitar com a mente que Jesus é esta Palavra não é suficiente. É necessária uma ação interna integral, que envolva mente e coração e que só pode ser feita pelo próprio Deus através de seu Espírito.
Temos um desafio, como fazer que nossos sentidos sejam melhores empregados para expressarmos um genuíno testemunho de Cristo? Como Ele falou que não recebe testemunho humano, mas somente do Pai, nosso testemunho é verdadeiro pois o próprio Pai, através de seu espírito, habita em nós. Assim, como ninguém pode ver a Deus pessoalmente é em nós que Ele será visto. Nossos sentidos a serviço do Mestre, expressando o motivo para o qual Ele nos criou: glorificá-lo e honrá-lo para sempre!