“Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa. Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos…” (João 12:2,3)
Uma das grandes e inegáveis conquistas da Reforma Protestante foi a reafirmação bíblica da igualdade entre todos. Isto significou um avanço enorme contra os ideais humanistas da importância de uns sobre os outros. A pregação clara de que os homens eram iguais entre si, de que não havia serviço ou trabalho mais importante que outro, de que o rei não era mais importante que o servo, ecoou e mudou para sempre a história. A ideia básica era de que cada um podia servir a Deus, independentemente de posição, título ou qualquer outra coisa. Todos eram iguais e igualmente corruptos. Ninguém era melhor que ninguém!
A importância do que fazemos está marcada pela intenção embutida de glorificar a Deus. A Bíblia está cheia de exemplos desta verdade. Assim, o que é mais importante do que achar que o que você faz é superior ao que os outros fazem, é saber que tudo o que você faz deve ser para a glória de Deus. A noção de superioridade fica cá em baixo, pois Àquele que está lá em cima é de fato quem é superior.
Marta e Maria têm muito o que agradecer. Dias atrás estavam chorando pela morte do irmão e agora se alegram pela nova vida que ele tem. Nada melhor que estar com Cristo, comemorando a vida. Na nossa vida é assim, um dia estamos chorando e noutro nos alegramos. Marta é aquela mulher que gosta de fazer as coisas. Está o tempo todo ocupada e neste momento não é diferente. Serve ao Senhor do seu jeito. A importância-do-que-ela-faz está marcada pela importância-para-quem-faz. Ela serve ao Senhor no mesmo afinco com que faz suas atividades corriqueiras, pois ela sabe que seu Senhor merece o melhor. Está o tempo todo empenhada em agradar o Mestre, a quem ama e que recebe o mesmo amor como retribuição. Jesus valoriza o trabalho de Marta, não é menos importante.
Maria, por outro lado, é mais na dela e sabe aproveitar a presença de seu Senhor de outra forma. Ela já o serviu ouvindo-o com atenção e estando a seus pés. Mas agora, serve a um propósito futuro – unge o Senhor para a sua morte! Ela não mede esforços e novamente aos pés do Mestre derrama o que lhe custou muito caro, mas não mais que a graça recebida de servi-lo. O custo para alguns era muito alto, mas o Senhor da mesma forma que com Marta recebe o serviço e retribui o amor que lhe é dedicado. Maria serve ao Senhor da forma que lhe é peculiar, mas desta vez seu serviço exala o cheiro suave de quem ama seu Mestre e que se espalha por toda a casa e chega até nós, como aroma agradável.
O legal destes dois modos de servir é que os recursos empregados têm um propósito específico de agradar e glorificar a Deus, que está bem ali, manifestado em seu Filho. Para nós hoje, também não deveria ser diferente, pois nosso Senhor também está conosco hoje e exige de nós a mesma dedicação em servir e o mesmo amor empregado. Nossa perspectiva de serviço precisa ser readequada, entendendo que tudo o que fazemos deve ser para nosso Senhor e é importante. Nós podemos servir onde quer que estejamos com nossas habilidades. Assim, não há ninguém mais importante que ninguém! Há serviços que são essenciais e precisam ser mantidos, mas que glória há neles se não glorificam nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo?! Portanto, somos chamados a servir com o que temos, com as condições que nosso Senhor nos dá.