Nas palavras de Edgar Morin (2000, p.4) diria que, “a construção da imagem do futuro desejável somente seja factível tendo, o presente como referência, o que se faz necessário antever um campo complexo de possibilidades”. (p.12)
“Educação não é neutra. Portanto, devemos decidir se queremos ser agentes de transformação ou de transmissão.” F. Eberson, 1952
“Desse modo leram no livro, na Lei de Deus, esclarecendo o que liam e explicando o seu sentido para que o povo entendesse a leitura”
(Ne 8.8)
Neste texto voltado para as práticas educativas nos ambientes virtuais de aprendizagem, o foco será em algumas tendências voltadas para as metodologias ativas ou métodos ativos, inov-Ativos.
Vamos observar atentamente essas duas imagens (sala de aula) e analisar de forma a comparar qual é a concepção de educação proposta.
Como temos reafirmado os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) na contemporaneidade passam a exigir novas competências e habilidades digitais, socioemocionais e espirituais para o exercício das práticas educativas. Algo que implica em mudanças na Arquitetura Pedagógica (AP) das salas de aula na EBD, na (organização, conteúdo, metodologias e tecnologia de comunicação digital). Reafirmo que “o uso de tecnologias não é metodologia ativa de aprendizagem”
Em síntese o que temos, três espaços interconectados ou não, ou seja, o presencial, virtual e o híbrido. No presencial, espaço físico, ou espacialidade, e o tempo, temporalidade bem definidos que na prática educativa do professor, há predomínio dos métodos tradicionais, centralidade no professor; no virtual, aprende-se em todo lugar e a qualquer tempo e o híbrido, quando há uma conexão entre o presencial e o virtual.
Pressupõe que quase nada mudou com relação à prática do professor em sala de aula, seja presencial ou virtual. Os métodos ativos são pensados independentemente de qual seja o espaço de aprendizagem, seja por meio da sala de aula invertida ou não. Compreendo que o professor é um dos mediadores do processo aprendizagem, a ênfase desloca-se do ensino (quem aprende para ensinar) para o sujeito que aprende a aprender.
Cabe à liderança do ministério de educação cristã na igreja repensar a organização – que se refere ao planejamento e a elaboração do PEC. “Para ensinar e aprender com ajuda de recursos digitais, duas dimensões associadas são necessárias: conhecer as TICs e saber usá-las no contexto do ensino e da aprendizagem”, bem como os métodos ativos. Com relação à aprendizagem para o desenvolvimento de competências, devem-se considerar três elementos indissociáveis: conhecimento bíblico, procedimentos (habilidades) e mudanças atitudinais.
Cabe ao educador cristão (re) organizar, reaprender e apreender e planejar o processo de ensino e de aprendizagem (in) dependente do espaço pedagógico, ou modalidade de ensino (presencial, virtual ou híbrido). A começar pelo conteúdo bíblico, (compreensão inicial) ou objetos de conhecimento bíblico (extrapola o entendimento do ensino centrado exclusivamente no conteúdo é voltado para a transmissão deste conteúdo por parte do professor) no que diz respeito à temática proposta e os materiais utilizados.
Aos aspectos metodológicos reporta-se à maneira como são empregadas as tecnologias de comunicação digital e como é desenvolvido o conteúdo ao longo dos processos de ensino e de aprendizagem mais significativas. O objetivo é tornar o aluno mais ativo e participativo em sala de aula no processo de aprendizagem. Em outras palavras, provocar uma maior intencionalidade em todo o processo.
Considera-se que na andragogia, educação de adultos, em que aprendizagem e experiência não podem estar dissociadas. Neste sentido, o professor permite aos alunos desenvolverem atividades de aprendizagem, ou de atividades voltadas para a elaboração frente às situações-problema (aplicação do conhecimento bíblico) à sua realidade de maneira contextualizada, em diferentes momentos de interação, presenciais ou síncronos, sob orientação e mediação do professor. Em razão disto, é fundamental a formação continuada de professores para a EBD, revisão periódica das metodologias e recursos tecnológicos de comunicação digital utilizados em sala de aula como revistas, livros, entre outros.
Continua no próximo artigo.
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