“Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas.” (João 2:6)
Considero que uma festa de casamento é sempre algo muito especial. Não importa quão simples seja, pois é uma quebra da entropia natural a que estamos submetidos. Explico, o casamento é a união de dois diferentes tornando-se uma só carne, uma aliança é firmada e votos de tudo de bom que se possa imaginar são desejados. Quanto à festa, dependendo da condição ou do esforço do casal, é sempre a melhor possível. Nos registros bíblicos, as festas eram realizadas e patrocinadas pela família da noiva (Gn 29:22), mas não se escusava a do noivo (Jz 14:10). As festas podiam durar até sete dias e a lua de mel até um ano (Dt 24:5)!!!! Durante a festa eram servidos alimentos e bastante vinho, pois quanto mais farta fosse a festa mais bênçãos deveria ter o casal. Mas, algo que não poderia nunca faltar era o vinho.
Na época, havia um costume entre o povo judeu no qual as virgens se casavam na quarta feira. Se for assim dá para fazer uma digressão e acompanhar os dias anteriores, onde João começa seus relatos. Bom, Jesus foi convidado para uma festa de casamento e com ele seus discípulos. A mãe de Jesus parecia ser alguém que desempenhava um papel importante na festa, a princípio cuidando dos comes e bebes, ou algo a mais que isso! Fato é que algo muito ruim aconteceu, o vinho acabou, e a mãe de Jesus recorre ao seu filho mais velho para que ajude a resolver o problema. Não dá para saber o quanto aquelas pessoas já haviam bebido, mas não
podia faltar vinho para os convidados, o que incluía Jesus e seus discípulos.
Mas, algo de surpreendente acontece quando Jesus é convidado para festa. Essa pode ser uma boa lição para nós, convidar Jesus para participar de nossas festas e atividades. Talvez assim, pensemos melhor na programação das mesmas e se nosso convidado se sentirá bem nela. A questão aqui envolve mais que um legalismo, mas uma revelação de quem nós somos e que não temos nada a esconder. Mais especificamente, Jesus precisa ser convidado para participar de nossos casamentos, pois eles se constituem em quebra da normalidade. O normal é cada um viver sua própria vida, do jeito que lhe convier. Mas, o casamento é um desígnio divino e foi estabelecido mesmo antes do homem pecar e pretendia juntar os diferentes, da forma como Deus os havia criado, macho e fêmea, a fim de os dois se tornarem uma só carne. Uma complementaridade é divinamente estabelecida. Assim, convidar Jesus para participar é uma demonstração clara de cumprimento do desígnio de Deus para nós.
Mas a festa estava muito boa e não ter mais vinho seria um completo desastre. Quanto mais eles ainda poderiam beber? Convidar Jesus para fazer parte do casamento é saber que ele pode dar muito mais do que se imagina. João relata que haviam seis jarros grandes que eram usados para colocar água para purificação. Cada jarro cabia em média (2 – 3 metretas) cerca de 100 litros de água. Uma garrafa mais comum de vinho hoje tem em torno de 700 mL, o que dá uma produção média de mais de 850 garrafas (mais que em muitas adegas por aí!!!!) do melhor vinho já bebido por aqueles convidados. Era uma lição para seus discípulos!
O que Jesus pode proporcionar num casamento não só é abundante, mas é da melhor qualidade e melhor do que se pode encontrar por aí. Ele estando junto, pode até faltar o vinho momentaneamente, mas ele vai produzir algo muito maior e muito melhor do que já se provou. Jesus neste episódio mostrou a que veio, que o que ele tinha a proporcionar estava acima das expectativas de qualquer um ali. Assim também será conosco, à medida que convidamos Jesus a participar de nossas vidas. O melhor de Deus já veio! Vamos brindar!