A entrada da Geração Z no mercado de trabalho apresenta um novo panorama para a igreja. Os jovens batistas não buscam apenas profissões, mas significados. Suas escolhas de carreira estão entrelaçadas com valores, com o desejo de impactar a sociedade e de permanecerem fiéis à fé cristã. Nesse contexto, a educação cristã tem um papel insubstituível: formar jovens preparados tecnicamente, emocionalmente e espiritualmente para serem sal e luz no ambiente profissional (cf. Mt 5.13-16).
Segundo Souza et al. (2022), essa geração tem perfil pragmático e digital, buscando conexão, significado e flexibilidade. Farias (2019) destaca que o jovem contemporâneo deseja que sua vida profissional esteja alinhada com valores éticos e causas sociais. Assim, a igreja deve contribuir para que esses jovens desenvolvam uma vocação cristã, e não apenas uma profissão.
A Bíblia oferece fundamentos sólidos para a atuação no trabalho: honestidade, diligência, serviço e humildade. Timóteo foi exortado a ser “exemplo para os fiéis, na palavra, no comportamento, no amor, na fé e na pureza” (1Tm 4.12). Tito, a “mostrar-se padrão de boas obras” (Tt 2.7). Esses princípios são fundamentais para quem deseja atuar com integridade e liderança no mercado de trabalho.
Dietrich Bonhoeffer lembra que “A graça não é barata; ela custa a vida de Cristo e nos chama ao discipulado” (Discipulado, 2004). Isso implica que, no trabalho, o cristão não adota práticas antiéticas por conveniência. Ele carrega a cruz também em suas escolhas profissionais. A educação cristã deve formar consciências vocacionadas, comprometidas com o Reino de Deus também na cultura organizacional.
N.T. Wright (2007) complementa: “A fé não se resume a um destino celestial, mas transforma a vida no presente.” Isso significa que trabalhar com excelência, honestidade e responsabilidade também é espiritualidade. Jovens devem ser ensinados a glorificar a Deus com sua profissão: seja como médicos, designers, técnicos ou empreendedores, todos podem viver o Evangelho com relevância.
Além disso, é fundamental desenvolver habilidades relacionais: escuta ativa, empatia, colaboração e resolução de conflitos. A igreja, como ambiente intergeracional, pode ser um campo de formação para isso. Como afirmam Benson et al. (2006), relações saudáveis são pilares para a permanência e amadurecimento da fé. O mundo corporativo é competitivo, mas o cristão caminha com outro referencial: o amor ao próximo.
A resiliência também é essencial. A pressão por performance e sucesso pode desencadear adoecimento. A educação cristã deve ensinar a descansar em Deus, a reconhecer seus limites e a pedir ajuda. A oração, a comunidade e o aconselhamento são recursos para manter a sanidade espiritual e emocional.
Saúde à nossa Juventude!
Bibliografia:
BENSON, Peter L.; ROEHLKEPARTAIN, Eugene C.; HONG, Linda S. The Complete Book of Youth Ministry. Zondervan, 2006.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. São Leopoldo: Sinodal, 2004.
FARIAS, Lúcia. Juventude Brasileira e Religião. Religião & Sociedade, v. 39, n. 1, p. 75-92, 2019.
KELLER, Timothy. A Fé na Era do Ceticismo. São Paulo: Vida Nova, 2009.
WRIGHT, N. T. Surpreendido pela Esperança. São Paulo: Ultimato, 2007.
SOUZA, Rosana S. de et al. As ferramentas de aprendizagem preferidas da geração Z. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 103, n. 264, p. 430-449, 2022.