Todo líder deseja ser mais criativo e ter ideias que solucionam problemas e impactam seus liderados e comunidades. Muitas vezes, mesmo querendo muito, não conseguimos tirar uma ideia relevante de nossa cabeça. Você já parou para pensar de onde as pessoas tiram ideias inovadoras?
Um dos principais estudiosos deste fenômeno chama-se Steven Johnson. Ele é autor do livro: De onde vêm as boas ideias- a história natural da inovação. Neste livro, ele apresenta uma pesquisa baseada em anos de observação sobre o nascimento de grandes inovações. O objetivo do livro é derrubar a fantasia de que as boas ideias surgem de um momento de inspiração, daquele tipo “eureca”, em que a pessoa sozinha e de repente, consegue pensar em algo incrível e que ninguém jamais pensou.
Johnson percebeu que em todas as inovações existem padrões recorrentes que podem ser observados e que podem ajudar no processo de criação de novas ideias. De forma geral, as ideias mais importantes precisam de tempo para maturar. Para ele, o processo de gerar ideias pode levar de 2 a 10 anos até tornar-se realmente exitoso e útil de alguma forma. Isso porque, geralmente, a inovação vem da união de dois ou mais palpites menores, vindo de pessoas diferentes e que formam algo maior que as partes. Por isso, para se ter ideias realmente inovadoras, é necessário ampliar a rede de relacionamentos, criar ambientes de trocas, conversas e feedbacks com pessoas de vários níveis de liderança.
Independentemente do tamanho da igreja ou organização, promover esta cultura de troca de ideias é fundamental para um ministério relevante, uma vez que as organizações que investem neste aspecto são as que mais impactam suas comunidades. Manter essa cultura é essencial para engajar as pessoas no programa de ensino de forma efetiva e sustentável. Com o aumento da conectividade, principalmente pelo advento da internet, a nossa capacidade e possibilidade de buscar novas ideias e palpites que se casem com as nossas próprias ideias também aumentou. Nunca tivemos tantas oportunidades para se conectar, para buscar aquela peça que falta e completar a ideia que estamos trabalhando em equipe.
Há uma grande probabilidade de as melhores ideias virem das pessoas que estão na linha de frente do trabalho educacional. Elas estão lidando diretamente com os participantes, trabalhando nos processos, explorando novas possibilidades e observando as dificuldades que aparecem. As melhores ideias podem surgir exatamente durante a execução das tarefas.
Para ter acesso a essas observações e percepções de quem está com a mão na massa, é preciso dar voz para a equipe, estimular e orientar para que percebam os problemas e busquem ideias inovadoras para resolvê-los. Geralmente, pessoas da linha de frente enxergam melhor os problemas e oportunidades do dia a dia da Educação Cristã que a liderança.
Enquanto a liderança está voltada para a missão e, com isso, consegue identificar os principais desafios que a Educação Cristã deve superar, a equipe está mais habilitada a dar soluções para esses desafios, pois eles estão em contato direto com os membros e com os processos de trabalho. As organizações com forte cultura da inovação são direcionadas pela liderança e conduzidas pelos liderados.
Outro aspecto importante é que a equipe tende a construir ideias mais objetivas, de baixo custo e com alto valor agregado. Quando são dadas responsabilidade e autonomia para todos das linhas de frente inovarem, as soluções encontradas são muito mais simples, pois são pensadas por quem conhece a fundo a dinâmica da organização e os participantes do programa educacional. A equipe conhece muito mais as necessidades dos membros que a liderança e podem apontar soluções que a liderança não consegue visualizar.
Depois de observar estes aspectos, comece a avaliar o potencial criativo da sua equipe. Como você tem encarado os problemas e dificuldades do ministério? Quais oportunidades você tem proporcionado para a troca de ideias? Sua equipe realmente se sente responsável pela busca de soluções para os problemas que enfrentam?
Você pode ter uma equipe muito mais criativa, só depende de você!
REFERÊNCIAS
Johnson, Steven. De onde vêm as boas ideias – uma história natural da inovação. Título original: Where Good Ideas Come From: The Seven Patterns of Innovation. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. 2ª edição. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 2021.
Saiba mais em:
https://www.youtube.com/watch?v=uH_C5pY_-k8&t=5s