“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” (João 14:21)
Nem sempre a relação entre amar e obedecer parece ser muito clara. Para algumas pessoas amar é poder fazer qualquer coisa em relação ao outro, inclusive não obedecer, por esperar que o que ama pode deixar essa premissa de lado. Entretanto, não é assim que o Senhor Jesus ensina seus discípulos, pois afirma que aquele que o ama é aquele que obedece os seus mandamentos.
Na história relatada do povo judeu na bíblia, este povo sempre é alertado da necessidade de obedecer e amar a Deus. Pois obedecendo ele seria muito mais abençoado por Deus, evitaria muito mais sofrimento, seria mais próspero em tudo que fizesse e teria seus anos aumentados sobre a terra que iriam ocupar. Deus exigia o estabelecimento de uma relação de amor e de obediência com seus filhos. A propósito, essa é a relação que Deus quer também para nós e temos como verificar na prática essa relação com Deus quando estabelecemos uma boa relação com nosso pai terreno. A forma como mantemos relação com nosso pai influencia em muito nossa relação com Deus, como pai. Por isso que quando esta relação não é boa, tantas pessoas têm dificuldades de ver Deus como pai.
Essa relação é melhor e é de fato estabelecida quando o amor está presente, pois o amor permeia todos os atos e a obediência fica mais fácil. No entanto, numa relação, nem sempre a obediência é devido a presença do amor, pois alguém pode obedecer por medo, por coação, por obrigação, dentre outras. Isso acontece sempre nas relações desajustadas, onde o sentimento de opressão está presente. Mas, na relação que o Senhor Jesus estabeleceu com seus discípulos não era assim. Além disso, essa relação é baseada na própria comunhão entre Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito-Santo.
Mas que tipo de obediência é essa que Jesus está falando? Na verdade, Ele não somente fala, mas mostra como deve ser. No contexto que se insere o texto acima, Jesus acabara de dar uma demonstração desse amor quando lavou os pés dos discípulos. O lava-pés foi o resultado prático desse amor. Ele ama seus discípulos e pode até mesmo lhes lavar os pés, pois isto era a consequência da obediência dEle mesmo ao Pai quando se tornou homem. Ele obedeceu ao acordado na eternidade com o Pai e cumpriu cabalmente a aliança estabelecida entre a Trindade Santa. Aí Ele tem autoridade para dizer, “fazei isso também”.
Não parece que Jesus está falando aqui de cumprir mandamentos por tabela, mas Ele resumiu todos os mandamentos da Lei em dois apenas: “amar a Deus sobre todas as coisas” e “amar ao próximo com a si mesmo”. Ele diz que cumprindo esses dois mandamentos estaremos cumprindo o que nos é exigido, pois destes dois dependem toda a Lei e os profetas. Assim, a relação de exigência é de amar a Deus e ao próximo, e os que obedecem a tal requisito estão cumprindo a Lei. O problema é que amar a Deus e ao próximo não parece sempre uma coisa fácil, por isso, Ele também diz que enviará o outro Consolador, pois Ele pode de forma permanente nos ensinar o que é amar dessa forma, no entendimento e na prática.
Há, portanto, uma relação importante que deve ser estabelecida, aquele que diz que ama a Deus (ou a Jesus) é aquele que obedece seus mandamentos. Quem faz isso é o que será amado por Deus e aquele que o Senhor Jesus também amará e se revelará a ele através do seu próprio Espírito que habitará nele. Nossa relação de amor e obediência é firmada, então, pela presença do Espírito Santo em nós!