Vimos no artigo anterior sobre a Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based-Learning PBL). Neste método de ensino, o papel do aluno e do professor são diferentes daqueles que assumem nos métodos tradicionais. O processo de aprender, na PBL, requer a participação e investigação reflexiva e autônoma. Vimos também, que o papel do professor é estimular e orientar a pesquisa em busca de soluções para o caso apresentado. Outro ponto importante desse método de ensino e que não se pode esquecer, é que o aprendizado será direcionado pelo problema. Portanto, no planejamento da aula deve-se garantir que o problema desperte o interesse na sua resolução e que os principais conceitos previstos para a aula sejam trabalhados.
A aula deve ser planejada de forma a garantir que os alunos potencializem a capacidade de discutir e pensar; a motivação interna e as habilidades colaborativas. Este método promove a integração da teoria com a prática, possibilitando mais retenção do conhecimento. Genaro e Lyons (2015) apresentam seis etapas necessárias para o uso da PBL:
1ª Etapa: Identifique os resultados desejados – Como primeiro passo, o professor, a partir do texto Bíblico, deve identificar quais são os principais conteúdos que os alunos devem aprender e quais habilidades e competências devem adquirir, ou aprimorar, para nortear a concepção dos problemas que serão apresentados.
2ª Etapa: Crie um cenário – Com o objetivo traçado, o professor deve definir uma situação-problema a ser investigada, que faça parte do contexto de vida dos alunos, ou que possa estar relacionado a este contexto. O problema deve ser motivador, interessante e gerar boas discussões. Deve, sobretudo, ser instigante o suficiente para induzir o aluno a discutir e pesquisar em busca de uma solução e alcançar os resultados da aprendizagem.
3ª Etapa: Introduza o problema – Nesta etapa, o professor apresenta o problema contextualizado e aponta as expectativas, critérios de análise, o cronograma de trabalho e os conhecimentos necessários e relevantes para dar início à busca de uma solução. Além disso, deve organizar os grupos para, a partir daí, iniciarem as discussões para a elaboração de questões norteadoras da investigação que deverão realizar.
4ª Etapa: Pesquisa – A pesquisa começa com sessões de brainstorming, em pequenos grupos, nos quais os alunos demonstram o que sabem sobre a problemática e o que precisam investigar. Assim, formulam hipóteses e as testam à medida que pesquisam uma solução na Palavra de Deus e outras fontes que possam ser úteis, dependendo do problema apresentado.
5ª Etapa: Construção das soluções – Após a pesquisa, os alunos sintetizam, colaborativamente, os aprendizados e os resultados dos problemas investigados. Assim que chegam a uma conclusão, preparam um texto ou uma apresentação oral a ser apresentada aos colegas da turma. O educador deve acompanhar o processo em cada grupo para verificar se os objetivos iniciais estão sendo atingidos.
6ª Etapa: Avaliações – Nesta etapa, cada grupo apresenta o resultado de sua pesquisa, e o educador avalia o processo de aprendizagem de cada um. Genaro e Lyons (2015) aconselham que a avaliação ocorra em um formato em que todos possam estar presentes e que tenham oportunidades de interagir entre si, com o intuito de ampliar os seus conhecimentos de forma colaborativa. Para isso, o educador precisa ter uma postura de “arquiteto de percurso”, promovendo uma montagem das conexões de conhecimentos adquiridos e fortalecendo os pontos principais do conteúdo trabalhado.
Papéis dos Integrantes para PBL
Na PBL, é mais importante que o professor seja um facilitador no processo de aprendizagem. A sua ação deve estar voltada mais para a construção do pensamento e lançamento de desafios e sugestões, que para fornecer respostas prontas.
Dos estudantes, espera-se que explorem a situação-problema para:
Entender o cenário;
Saber o que precisam pesquisar;
Identificar os pontos que devem ser solucionados;
Listar as possíveis soluções;
Testar cada hipótese para entender qual a melhor;
Defender as soluções com argumentos válidos;
E (re)avaliar os resultados dos problemas investigados.
Referências
GENAREO, V. R.; LYONS, R. Problem-Based Learning: six steps to design, implement, and assess. Faculty Focus, nov./2015. Disponível em: facultyfocus.com. Acesso em: 18 set. 2023.
SOUZA, S. C. de; DOURADO, L. Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): um método de aprendizagem inovador para o ensino educativo. Revista Holos, Portugal, v. 5, n. 31, p. 182-200, 2015. Disponível em: ifrn.edu.br. Acesso em: 13 set. 2023.