Em uma equipe, dificuldades podem surgir e o gestor precisa saber lidar com elas. Esta é uma competência de gestão¹. Trabalhar com gente é difícil, mas também é um exercício de aprendizagem. As questões abaixo podem dificultar o trabalho em equipe:
1- Conflitos: Problemas de relacionamentos podem surgir e gerar conflitos quando o ambiente da equipe não é saudável o suficiente para as contestações e opiniões diversas ou divergentes do gestor. Os conflitos quando não resolvidos podem gerar desgaste e desconfiança. Mas, os conflitos também podem ajudar no crescimento pessoal e da equipe, com o surgimento de novas idéias, se administrados e resolvidos sabiamente. O importante é o respeito mútuo. Não se pode camuflar e dizer que existe um ambiente de harmonia, se não for verdade. Não é bom esconder os conflitos.
2- Falhas na Comunicação: Muitos conflitos são causados por uma comunicação mal feita. As decisões e informações devem ser transparentes. Uma má comunicação pode gerar insatisfação, fofocas, intrigas, que podem influenciar os resultados da equipe.
3- Falta de respeito às contribuições dos membros da equipe: Em uma equipe todos podem contribuir com falas e ações, e isto deve ser respeitado. Apesar da informalidade que pode prevalecer em alguns grupos, não se pode menosprezar opiniões, mesmo que pareçam absurdas. O gestor deve buscar trazer a contribuição para o contexto do objetivo, mesmo que ela depois seja descartada com respeito.
4- Falta de respeito às diferenças: As pessoas são diferentes. Isto todos sabemos. O difícil é isto na prática. Porque na maioria das vezes queremos que as pessoas pensem e ajam como nós. De um modo geral, em uma equipe as pessoas podem ser:
. Participativas ou caladas – O fato de não se expressar não necessariamente implica não participação. Existem pessoas que são caladas, mas muito observadoras, e trazem suas contribuições em momento chaves;
. Críticas ou concordantes com tudo – As críticas construtivas contribuem para a conquista do objetivo, mas tem pessoas que criticam tudo, independente de ser ou não uma boa ideia. Normalmente, acreditam que somente suas idéias devem ser aceitas. Por outro lado, temos as que concordam com tudo, sem fazer uma análise. São pessoas que não querem se expor, ou se indispor com os colegas ou líderes. Cabe frisar, que em um ambiente de confiança, as contribuições devem ser respeitadas.
. Aquelas que buscam novas formas de fazer ou repetem o que já foi feito – Temos pessoas que levam ao extremo a frase “não se mexe no que está dando certo”, e desse modo, não aceitam mudanças. Isto é visto em algumas equipes quando chega uma pessoa nova, com ideias novas. Muitos logo se colocam na defensiva, não aceitando nem ouvir falar de inovar. Por outro lado, tem aqueles que só valorizam o que é novidade, descartando experiência e vivências. Importante em uma equipe é que haja espaço para a “inovação” sem desrespeitar o que já está dando certo.
O gestor também deve ter um olhar para o lugar certo de cada um. Colocar a pessoa no lugar errado pode matar sua motivação e criatividade, e ocasionar um trabalho malfeito, ou mesmo, a retirada voluntária ou não de alguém da equipe. Caso estivesse em um lugar onde pudesse expressar melhor suas competências o resultado seria outro.
Além disto, apesar dos vários tipos de perfis e características, somos seres integrais, não necessariamente cabendo apenas em uma classificação, mas com um pouco de cada perfil, tendo somente uma ou outra característica prevalente.
Ao falar sobre respeito às diferenças devemos lembrar também de: pessoas com necessidades especiais; diferenças entre homens e mulheres; preconceito racial; diferentes gerações e culturas. Lembrando que a diversidade pode ajudar na abrangência dos resultados. Não é bom em uma equipe que todos pensem igual, tendo como premissa, que a Bíblia é o nosso fundamento. Jesus nos ensina esta lição quando escolheu 12 pessoas diferentes que receberam e cumpriram uma grande missão. É importante respeitar as diferenças e valorizar as pessoas. Isto é essencial em gestão de equipes na igreja ou outro ambiente.
Também podem dificultar o desenvolvimento do trabalho em equipe:
5 – Centralização: O líder precisa saber delegar. Isto demonstra confiança na equipe, e reconhecimento de que ele não detém todo conhecimento. Moisés reconheceu isto, ao ser aconselhado por seu sogro Jetro (Ex 18). Com certeza na equipe há alguém que saiba fazer um ou outro trabalho melhor que o líder, e isto deve ser motivo de alegria, pois significa que ele fez uma boa seleção dos colaboradores.
6 – Falta de visão do todo e da importância do trabalho: Isto remete à comunicação, pois a equipe precisa ser informada sobre a integralidade do que está desenvolvendo. Por exemplo, uma equipe de EBD, deve compreender que a EBD não está sozinha na estrutura educacional da igreja. Não se pode chegar para uma equipe de professores e dar a lição do mês e as atividades, e não falar do planejamento, do objetivo, das ênfases anuais da igreja. A falta de visão da equipe pode gerar descompromisso, sensação de não pertencimento e a realização de um trabalho automático.
A igreja, como corpo de Cristo, deve estar unida, trabalhando junto. Somos muitos, mas todos podemos exercitar nossos dons. Somos muitos, mas em unidade², devemos cumprir nossa missão: “Ide, ensinai”³.
¹ Em https://www.nomus.com.br/blog-industrial/competencias-e-habilidades-de-gestor/ pode ser encontrada uma lista sobre as competências de um gestor. (Visto em 05.09.23, às10h15min), e https://www.siteware.com.br/gestao-de-equipe/como-fazer-gestao-equipes/, fala especificamente sobre gestão de equipes (Visto em 05.09.23, às 10h30min).
² João 17.21-23 NTLH.
³Mateus 28.19 – Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC).