Seis dicas para o cultivo de um ambiente profícuo
Por vezes acontece de um Educador assumir a gestão da Educação Cristã em uma igreja por convite pastoral e, depois, deparar-se com a resistência de um pequeno grupo. Acostumadas a fazerem a obra do seu jeito, essas pessoas não aceitam interferências nem orientações. Dominam sobre seus departamentos e consomem boa parte do tempo e do árduo trabalho do Educador para conquistá-los.
Torna-se, muitas vezes, difícil para um iniciante lidar com indiretas e insinuações de que o seu trabalho não é necessário; conviver com aqueles que usam uma lupa para rastrear seus defeitos; pessoas que se acham donos da razão e fazem de tudo para que seus planos prevaleçam1. Infelizmente no meio evangélico isso não é uma exceção. A igreja é feita de seres humanos em diferentes níveis de maturidade, não é mesmo? Mas não é esse o tema principal aqui. Vejamos como o Educador pode ganhar a confiança de todos e transformar todo o mal em bem.
- Não finja que o problema não existe. Não ache que o tempo vai resolver tudo. Reconhecer o problema é colocá-lo diariamente em oração para receber de Deus sabedoria para tratar com essas pessoas. Conflitos não tratados são como cânceres não tratados: eles inevitavelmente espalharão4 .“Está alguém entre vós aflito? Ore…” (Tg 5.13).
- Apresente-se com humildade, mas com confiança naquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do pensamos….(Ef. 3.20). Humildade é uma chave que abre muitas portas. Busque aproximação com todos, indistintamente, pois muitas dessas pessoas podem sofrer de inveja, auto-estima ferida ou desconfiança. Receba-os em sua casa para momentos de informalidade e fraternidade –“E ao que quiser pleitear contigo e tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa” Mt 5. 40)
- Estabeleça uma comunicação franca e eficaz com todos – Oportunize a voz dos participantes de diferentes maneiras, ora verbalmente, ora por escrito ou em dinâmicas de grupo. Seja um bom ouvinte. Talvez venha a conhecer histórias que vão lhe ajudar a entender o sentimento dessas pessoas. Há muita gente marcada por lideranças autoritárias e interesseiras. É preciso ajudá-las a exercitarem o perdão e seguirem em frente. Nas reuniões, aproveite as colaborações construtivas e deixe de lado as que desqualificam1. Na comunicação não seja negligente, dê sempre um feedback franco e contributivo.
- Desenvolva a empatia dos seus liderados – Mostre o valor que cada um tem para o grupo e para a igreja. Dê espaço para a criação e evolução de cada um. Trabalhe os seus pontos fortes e fracos. Demonstre confiança, respeito e faça elogios em público5. Dissemine a empatia. Ajude-os a se colocarem um no lugar do outro. Até o conceito de “Jobrotation”(troca de função entre os colaboradores),de curta duração, pode ser usado para que todos possam entender melhor a posição dos líderes.
- Foque no projeto educacional para a igreja
Trabalhar na construção coletiva do projeto pedagógico da igreja é uma maneira abençoada de trazer todos para o foco do Ministério. A construção de um projeto educacional exige reflexões que poderão unir as pessoas em torno de sonhos e ideais, deixando de lado pequenas divergências. É um forte aliado, um “instrumento de intervenção e mudança da realidade…” e um “guia para indicar a todos a direção a seguir…”3 e reunir convergências.
- Demonstre paixão pelo seu ministério
A sua motivação interior é a mola propulsora da realização, “pois é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, de acordo com sua boa vontade.” (Fl 2.13). Mas, “a motivação de um líder será inútil se não conseguir comunicar sua paixão à organização” 2. Por isso a necessidade de apresentar seus sonhos, objetivos e metas de maneira clara e convincente. Doe-se. Influencie as pessoas pelo exemplo. Ame-as!
Em muitas situações as dicas acima serão suficientes. Mas, encontrando um conflito mais acirrado, é importante buscar a presença de um mediador neutro que possa, na Palavra, orientar as partes envolvidas. Não desista, siga em frente! Deus os abençoe!
Bibliografia
- STAMATEAS, Bernardo. Gente tóxica: com lidar com pessoas difíceis e não ser dominado por elas. Thomas Nelson, Rio de Janeiro, 2009.
- GOLEMAN, Daniel. Liderança: a inteligência emocional na formação do líder de sucesso. Rio de Janeiro, Objetiva, 2015.
- DURÃES. Ivan O.; Ramiro, Elana C. Educação Cristã: Reflexões sobre desafios e oportunidades. São Paulo, Reflexão, 2018.
- https://blog.atos6.com/2020/12/18/gestao-de-conflitos-na-igreja-3-dicas-essenciais/
- https://www.xerpa.com.br/blog/dicas-de-lideranca/