Segundo Tom Sine (p.32) três graves crises ameaçam a capacidade da igreja de realizar a sua missão: “1) uma crise de previsão – a incapacidade de levar a sério o futuro; 2) uma crise de visão – a incapacidade de levar a sério o futuro de Deus; e 3) uma crise de criatividade – a incapacidade de levar a sério a imaginação que Deus nos deu”.
“[…] e o encheu do Espírito de Deus, dando-lhe sabedoria, entendimento e habilidade em todo ofício, (…) Também deu a ele e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, capacidade para ensinar os outros.”
(Êx. 35. 31,34).
De acordo com Êxodo 35.31,34, é notório que o ensino está associado à unção do Espírito Santo. Bezalel e Aoliabe, aprenderam do Senhor, foram inspirados a ensinar suas habilidades de maneira que se pudesse, neste caso, se envolver com a construção do tabernáculo.
É fato, que a educação e as novas tendências impõem novos desafios, o que torna mais complexa, incerta e desafiadora a atuação do educador cristão, do pastor e demais líderes na igreja, já que, tais tendências na educação cristã implicam entre outras exigências em altos investimentos de recursos humanos, (investir na formação continuada de professores, no domínio das novas tecnologias de comunicação digital, como a proficiência em língua estrangeira), tecnológicos (com conectividade à internet, disponibilidade de plataforma interativa e acesso a computadores e outros dispositivos eletrônicos, por exemplo tablets, smartphones), pedagógicos (construção de projetos e propostas educacionais) e financeiros, (provisionamento orçamentário) entre outras.
Entre as implicações identificadas no texto publicado anteriormente “Novas tendências na Educação Cristã – parte 1, destaco: reafirmo que são de natureza diversa as aceleradas transformações ambientais, tecnológicas, metodológicas, demográficas (o envelhecimento da população), mudanças na noção espacial e temporal do processo ensino aprendizagem em sala de aula, para isso será necessário repensar a sala e a aula, agilizando a comunicação entre as pessoas, cada vez mais interconectadas, a diversidade de interesses, preferências e perfis (sociais, afetivos e cognitivos) dos usuários.
Nos próximos artigos pretendemos prescrever algumas tendências metodológicas na educação cristã. Segundo o Fórum Econômico Mundial, refere-se às habilidades essenciais para o século 21. No tocante às metodologias ativas, “é quando o aluno é produtor de sua própria aprendizagem.”
Uma das tendências metodológicas da educação atual, as chamadas metodologias ativas ou método ativo é fazer o aluno aprender por si mesmo. Ele é protagonista do seu aprendizado da Bíblia. Ou seja, ele passa a conseguir pensar e interpretar um texto bíblico. O professor é um dos mediadores, sem tanta interferência. Cabe a ele fazer um exercício de síntese da lição e sua aplicabilidade no dia a dia.
Diferente do que acontece frequentemente, o professor se torna um facilitador, um direcionador. Ele ainda pode disponibilizar aos alunos diversos recursos didáticos: e-books, podcasts educativos, artigos acadêmicos, vídeos curtos gravados pelo professor, videoaulas, textos e artigos indicados. O professor ainda tem disponível acesso a plataformas gratuitas como: spotify, apple podcasts e google podcast. Cabe ao professor, definir alguns procedimentos fundamentais tais como: os objetivos de aprendizagem e a escolha das ferramentas adequadas.
Cabe ao professor também, reconsiderar adoção de Metodologia (cri) ATIVAS, ágeis, imersivas e analíticas a fim fomentar novas formas de aprender e ensinar a Bíblia. Ressaltar que tecnológico – está relacionado com os recursos e as ferramentas digitais empregados na EAD. A EAD denominada na contemporaneidade de Educação Online.
Continuamos no próximo artigo.
Referências
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