Pretendo refletir neste blog sobre o ensino de Jesus por meio de parábolas no Evangelho de Marcos. Começo compartilhando algo sobre a pessoa de Jesus, sua identidade professoral, seja como rabi e/ou mestre, bem como alguns aspectos relevantes do seu ministério público, e do seu público-alvo.
Começo nossa reflexão sobre o ensino por parábolas – a parábola da semente, conforme encontra-se na perspectiva bíblico histórica e teológica do Evangelho de Marcos (Mc 4.26-27). É necessário tecer alguns breves comentários sobre de que lugar Jesus ensina por parábolas? Você percebe que estamos lidando com três variáveis conectadas entre si, tais como: a pessoa de Jesus, seu ministério público e o ensino por parábolas.
Reconheço a necessidade em desenvolver uma visão macro, sistêmica e sinérgica dos ensinos de Jesus, diante do Evangelho de Marcos, a fim de compreender os fundamentos da educação cristã e na perspectiva da pedagogia de Jesus, o Mestre por excelência.
Segundo o Evangelho de Marcos, logo após o seu batismo por João, o Batista, Jesus de Nazaré iniciou o seu ministério público com o propósito de proclamar o Reino de Deus. De modo que Marcos começa seu registro da vida de Jesus Cristo, fazendo uma referência ao seu ministério público em vez de começar pelo nascimento, como registrou Mateus e Lucas.
Marcos descreve o princípio deste ministério público narrando que: “Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: Completou-se o tempo, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho”. (Cf. Mc 1.14,15). É o início do ministério público de Jesus de Nazaré, na Galileia.
Imagino que privilégio para os primeiros discípulos ouvir Jesus discorrer sobre o ensino por meio de parábolas durante o seu ministério público, entre tantas outras manifestações do poder de Deus, disse: “[…] Abrirei a minha boca em parábolas; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo”. (Mt 13.35). Identifico um primeiro grupo dos três relacionados no Evangelho de Marcos: os discípulos, assim como veremos as lideranças e autoridades religiosas e políticas bem como a multidão.
Sabe-se que Ele tem autoridade divina para proclamar o Reino de Deus, e seu ministério público é teocêntrico, isto é, segundo a revelação dada pelo próprio Deus e, nas Escrituras Sagradas do Antigo Testamento (AT), fundamentos para o exercício de uma pedagogia cristã “cristocêntrica” que permeia a história do cristianismo através dos séculos.
O ministério de Educação Cristã de uma Igreja local, deve ser “cristocêntrico”, ou seja, realizado a partir de uma cosmovisão cristã. No caso de Jesus, ensinou como a própria voz de Deus e agiu como o legitimo Filho de Deus. O educador cristão fundamenta sua prática educativa na pedagogia de Jesus, o Mestre por excelência.
Os Evangelhos são as referências documentais, bem como, os textos, as narrativas que indicam que Jesus foi um Mestre extraordinário, admirável; isso pode ser visto no evangelho de Marcos, e em toda a Bíblia. Ele tem autoridade (do latim auctoritas) vem do verbo augere, que quer dizer “aumentar”. “Autoridade é literalmente: ter algo a nos dizer. Marcos quer retratar Jesus como mestre (v. Mc 4 e 13). Um discípulo aprende com seu Mestre, isso o torna um discípulo, aprendiz, seguidor de Cristo.
Considera-se também, que o Mestre, sem os recursos das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), muito comuns e disponíveis em nossos dias, ou, os ambientes digitais de aprendizagem (digital learning environments), foi capaz de cativar, ensinar, marcar positivamente, com sinal, seu público de um modo geral, com os ensinos por parábolas. Um ensino confiável.
No caso específico dos discípulos, Jesus reunia-se com eles, sentava-se enquanto ensinava, algumas vezes andando pelo caminho, na Sinagoga, no Templo, no barco, nos montes e vales e em tantos lugares. Sua prática educativa não estava restrita a uma “sala de aula”, espaço físico ou virtual, mas em diferentes espaços pedagógicos – transdisciplinar.
Considerou-se nesta primeira parte, alguns aspectos relevantes dos fundamentos da educação cristã na perspectiva da pedagogia de Jesus, tais como: sua pessoa, seu ministério público e os ensinos com parábolas, aliada à sua autoridade divina para proclamar o Reino de Deus. Ressaltar que o ministério de educação cristã terá como base o “cristocêntrico”, realizado a partir de uma cosmovisão cristã. O ensino bíblico ministrado na igreja precisa ser confiável, fundamentado na pedagogia de Jesus, o Mestre por Excelência.