Uma prática recorrente que ocorre em diferentes espaços e que aguça a criatividade, imaginação, expressividade e ampliação do vocabulário, está associada à arte de contar histórias. Afinal, não há quem resista uma narrativa cheia de aventuras, suspense, ação e desfechos que trazem emoção.
As histórias de fato encantam a mente e o coração das crianças, principalmente, quando são compartilhadas no contexto familiar. Isso porque, elas estreitam laços, afinam relacionamentos, expressam afeto, demonstram dedicação e investimento de tempo de qualidade, estabelecem diálogo e, sobretudo, ensinam valores para a vida.
Imagine, agora, a arte de contar histórias que são reais e que falam de pessoas que exerceram uma missão especial no plano providencial de Deus, como os testemunhos de oração, as biografias missionárias e a jornada de personagens bíblicos que enfrentaram situações, apresentando uma resposta e ou decisão.
A partir das narrativas, é possível evidenciar a limitação humana diante da soberania, do governo e da autoridade de Deus. Sua ação expressa a presença da graça, da justiça e da misericórdia estendida, dia após dia para com o ser humano. Ainda, é possível extrair princípios a serem apropriados e vivenciados nas práticas cotidianas.
O que não faz uma boa história contada e compartilhada no contexto da família. A partir dela, é possível apresentar um ensino significativo que marcará a vida das crianças. Observa-se que essa prática foi apresentada por Deus. No livro de Deuteronômio, observa-se a necessidade de guardar os mandamentos do Senhor; e para que isso se efetivasse era preciso contar sobre os Seus feitos e torná-Lo conhecido, pois só assim as gerações poderiam amá-Lo e temê-Lo.
O Salmo 78 reforça a necessidade de os pais contarem as gerações sobre a ação presente do Senhor. Exorta que isso não seja encoberto aos filhos, mas sirva como um testemunho daquilo que ouviram, viram e aprenderam. Isso evidencia o valor da história na formação e no desenvolvimento da fé.
Observe que não se faz menção a qualquer história, antes é aquela que traz em seu interior princípios valiosos. Não se quer dizer, que as histórias morais não devam ser compartilhadas. O que se reforça é a necessidade de que tenha um valor intrínseco que possa ajudar a criança a compreender sobre o caminho a ser percorrido. Nesse sentido, pode-se utilizar a história como ferramenta de ensino, para que ela possa se apropriar de verdades eternas.
Compete aos que têm a responsabilidade na família de cuidar das crianças e direcioná-las no conhecimento de Deus às seguintes ações: separar um tempo em família para a contação de histórias; compartilhar dos feitos do Senhor em ações cotidianas; testemunhar do amor e da bondade de Deus; ensinar princípios a partir das histórias contadas; promover o diálogo, a partir de perguntas direcionadas que estejam ao alcance da compreensão das crianças; ler para e com as crianças; criar memoriais de aprendizagem em família; cultivar o hábito da leitura e, sobretudo, ensiná-la sobre o amor de Deus.
Observe que são práticas simples, mas que farão toda a diferença no processo formativo da criança. Ainda, oportunizará segurança, equilíbrio, aceitação e experiência real com Deus, uma vez que reconhecerá a sua presença em toda e qualquer situação, podendo confiar no seu cuidado e proteção.
Aos educadores cristãos, cabe propiciar momentos de contação de histórias, criando oportunidades, tais como: o livro do mês da família, tempo devocional, compartilhamento de testemunhos, quadro com fotos da família em seu momento de leitura, criação de uma linha de tempo sobre os livros lidos e os princípios extraídos.
É claro que se pode adicionar outras ações, porque a criatividade é um presente dado por Deus ao ser humano. Assim, não se pode restringir o que será efetivado, antes é preciso estar atento às necessidades e demandas advindas do contexto familiar e eclesiástico e atendê-las, a fim de promover um crescimento saudável e significativo com a fé.
Que Deus possa abençoar as famílias e os educadores cristãos. Essa é minha oração.