O relacionamento entre pais e filhos deve ser baseado no amor. Pais que amam seus filhos criam-nos dentro de limites saudáveis. Filhos que amam seus pais são obedientes a eles. A obediência aos pais é uma prova de amor dos filhos. Para que os corações de pais e filhos permaneçam unidos, obediência e amor devem caminhar juntos. O amor dos filhos nasce do temor reverente aos pais por exercerem a função sagrada de cocriadores. A disciplina dos pais está baseada no ato de amor de quem investe tudo naqueles que reconhecem como filhos. O sábio do Livro de Provérbios aconselha: “porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” (PROVÉRBIOS 3.12).
Em Israel, “os pais faziam parte da estrutura de autoridade estabelecida por Deus, tendo recebido de Deus a tarefa de gerar filhos e criá-los no caminho do Senhor e, portanto, assim como Deus, merecendo o respeito devido” (COMENTÁRIO BÍBLICO AFRICANO). Como representantes de Deus, os pais deveriam ser respeitados (LEVÍTICO 19.3). O desprezo aos pais era causa de maldição (DEUTERONÔMIO 27.16) e quem amaldiçoasse o pai ou a mãe era punido com a morte (ÊXODO 21.17). Filhos contumazes e rebeldes deveriam ser exterminados (DEUTERONÔMIO 21.18-21). O objetivo era proteger a família e gerar temor em toda a comunidade.
Deus estabeleceu na Lei um mandamento aos filhos: “Honra teu pai e tua mãe, para que tenhas vida longa na terra que o SENHOR teu Deus te dá” (ÊXODO 20.12). Este é O “primeiro mandamento com promessa” (EFÉSIOS 6.2). Mas para que sejam alcançados pelos efeitos práticos da promessa embutida neste mandamento, desde a tenra idade os filhos precisam aprender com os pais o caminho da obediência. “Instrui a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando envelhecer não se desviará dele” (PROVÉRBIOS 22.6). “Instrução” neste texto significa treinamento e “caminho” refere-se a estilo de vida. Os pais são responsáveis por moldar o modo de viver, criando os filhos “na disciplina e admoestação do Senhor” (EFÉSIOS 6.4). Quando estiverem “sobre si”, os filhos darão continuidade a esta caminhada assumindo as responsabilidades por suas escolhas.
O modelo supremo de obediência em amor nas Escrituras é o próprio Senhor Jesus Cristo. Ele ouviu do Pai: “Este é o meu Filho amado, de quem me agrado” (MATEUS 3.17). Na condição de servo foi obediente no cumprimento da sua missão: “e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (FILIPENSES 2.8). Ele ensinou que obediência é prova de amor: “Aquele que tem os meus mandamentos e a eles obedece, esse é o que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (JOÃO 14.21).
Confiando unicamente em Jesus e seguindo o seu exemplo, os filhos devem provar seu amor pela obediência. Primeiro, reconhecendo a autoridade outorgada por Deus aos pais. Segundo, valorizando sua experiência de vida. Terceiro, respeitando os limites necessários à harmonia do lar. Quarto, evitando que as amizades sejam mais influentes do que a família. Quinto, dedicando tempo de qualidade para aprofundar o relacionamento. Com esta postura, os filhos manterão seus corações abertos para amar e poderão caminhar mais próximos dos pais a quem devem obediência.
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Quando ainda moramos com nossos pais devemos obediência as regras da casa e questões que por ventura vemos certo obedecer e em outras botamos limites? E quanto às pessoas que podem ver isso como “falta de autonomia”??