Certa vez, nossa família tirou férias numa cidade no interior de Santa Catarina acompanhada por meu neto de 11 anos e 2 primos de 13 e 8 anos. Entre os pontos turísticos se encontrava um passeio às “Torres da Igreja”. Chegando no local encontramos um bonito e grande lago com uma pequena ilhota mais próxima à margem, com as torres de uma igreja no meio desta. No ponto em que estávamos se encontrava um parque com banquetas voltadas ao lago para sentarmos e admirarmos a paisagem. Neste parque havia uma placa explicando a história das torres: a parte mais baixa da cidade foi inundada em função da construção de uma Usina hidrelétrica e nesta inundação ficaram à mostra as torres da Igreja.
Após lerem a pitoresca história das torres, os meninos pegaram os celulares e um a um foram se fazendo de ‘repórteres’ criando assim reportagens, cada qual com sua linguagem, a respeito da história daquela cidade. Essa atitude de fazer uma reportagem gravada, num passeio de férias, na verdade se tornou uma brincadeira de pré-adolescentes que gerou conhecimento.
A brincadeira e os jogos na perspectiva de alguns autores podem evocar diversas características com efeito positivo, que é a descontração e a alegria por tal atividade que traz benefícios sobre o aspecto físico e especialmente social da criança. Outra característica é a flexibilidade que se apresenta com aquele toque de criatividade, de expansão de ideias e ausência de pressão por resultados esperados.
Fiquei pensando na Educação Cristã. Peço a você que está lendo este texto, que me acompanhe em uma situação imaginária, criada a partir da narrativa de um repórter para uma série documentária, entrevistando um povo que ‘acabara de receber sua liberdade como escravos e estavam indo para sua terra prometida’. Poderia ele falar:
… caros ouvintes do Podcast “Povos no Egito”: crianças, animais, bagagens e tudo que você pode imaginar que uma pessoa consiga carregar, está passando aqui à minha frente na saída da cidade; são diversas pessoas com destino a uma cidade que não conhecem, não sabem onde está localizada; estão indo em direção a uma terra prometida e não fazem ideia de que lugar é esse e nem o que os espera. Vamos ouvir aqui o Sr. Moisés, líder do grupo …….. e uma pergunta poderia ser feita ao Sr. Moisés….
Quantas informações poderiam ser registradas nesta pequena brincadeira de podcast com um propósito de aprendizagem, no qual detalhes retirados do texto bíblico poderiam dar vazão à criatividade de pré-adolescentes.
A utilização de um recurso atual num contexto de aprendizagem, quase que numa brincadeira, com a finalidade de aprender a respeito de uma experiência vivida por um povo fantástico, parece ser uma metodologia ativa no sentido de que traz uma linguagem participativa e criativa por parte de um grupo de alunos (participantes da entrevista). É certo de que tal construção colaborativa deve atender a pré-requisitos que fazem parte da narrativa encontrada no texto bíblico, bem como o princípio a ser trabalhado, ou a virtude como chamado na metodologia REI, a ser alcançada. Para isso poderia ser criado um roteiro.
Podcast como um recurso para aprendizagem, já pensaram? Divirtam-se a aprendam com recursos que fazem parte do dia a dia da geração midiática.