Os professores passam muito tempo conversando: explicando, liderando conversas, dando demonstrações. Mas ouvir pode ser igualmente poderoso – e é uma habilidade que nem todo mundo domina, geralmente porque as pessoas não percebem sua importância.
Gillian Parrish, especialista em pesquisa e comunicação do Centro de Ensino da Universidade de Washington em St. Louis, diz que os educadores estão cada vez mais reconhecendo a importância de ouvir e falar. Ela oferece três razões pelas quais ouvir é crucial para criar uma boa cultura em sala de aula:
- Quando as pessoas se escutam, novas ideias tomam forma – Professores que fortalecem suas habilidades de escuta constroem melhores alunos e melhoram em seus trabalhos. Parrish compara uma discussão quando os participantes fazem perguntas e, em seguida, ouve as respostas para “uma janela aberta, aberta para o que quer que apareça”. Isso abre todos os participantes para novas ideias e os ajuda a realmente entendê-los. “Ouvir é a zona na qual a investigação acontece, na qual perguntas surgem e nos puxam e as sementes das ideias germinam”, disse Parrish. “Há uma consciência crescente de que, como educadores no mundo polarizado e encolhido de hoje, abrir espaços em nós mesmos e em nossas salas de aula é uma maneira de modelar o diálogo, a colaboração, a curiosidade, a criatividade e a compaixão”.
- Ser ouvido aprofunda o aprendizado dos alunos – Quando os alunos sentem que realmente fazem parte da conversa, é mais provável que eles realmente entendam o que estão aprendendo e se lembrem disso. “O efeito de um bom ouvinte no aprendizado dos alunos é eletrizante”, disse Parrish. “Quando os alunos são ouvidos, quando suas ideias atingem o ouvinte, quando as perguntas abrem discussões, quando as ideias são retomadas e exploradas com sinceridade, elas florescem”. Esse tipo de conversa aberta pode levar os alunos a se tornarem consumidores passivos de informações para mais alunos autodirigidos.
- Ouvir bem ajuda o professor a aprender também – Nem toda lição se presta a uma conversa entre os alunos e o professor. Mas quando os professores envolvem os alunos em uma discussão sobre o significado do que aprenderam – as causas da Revolução Francesa, por exemplo, ou as implicações de uma descoberta científica recente – a conversa será mais gratificante para o professor e os alunos se as pessoas estiverem ouvindo. Isso significa mais do que simplesmente fazer uma pausa para deixar a outra pessoa falar. “Pense nos professores que realmente se preocuparam com o que você tinha a dizer, que ouviram suas palavras e foram despertados por eles, que realmente entenderam suas perguntas e refletiram sobre si mesmos, mesmo que sejam perguntas antigas nesse campo”, Parrish disse. “Esse tipo de escuta transforma nossas salas de aula em comunidades vibrantes de aprendizado”.
Nossa cultura costuma ser mais fácil para extrovertidos do que para introvertidos, o que significa que “tende a ter medo do silêncio”, disse Parrish. É por isso que é tão importante dizer aos alunos o que a boa audição pode alcançar e modelá-la para eles. A pausa após uma pergunta não precisa ser um silêncio constrangedor: pode ser o espaço em que as ideias mais profundas se enraízam. Pense nisso!
Referência
PARRISH, Gilllian. The Literary Review:Therapy. A revisão literária: terapia. 2009.