“…a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.” (João 5:23)
Estamos em tempos difíceis e parece difícil se falar de honra! Explico: quando olhamos ao nosso redor, não está nada fácil encontrar modelos de pessoas que prezam pelo que no passado era tido como algo de extremo valor, como ser uma pessoa honrada ou alguém que recebia honras por motivos verdadeiramente justos. Pense rápido, quantos modelos você consegue identificar no meio político? No meio dos negócios? No seu bairro? No seu trabalho? Na sua escola? Na sua igreja? Extrapolou o tempo, é melhor parar por aqui!
Para nosso Senhor Jesus, a questão da honra era de extrema importância, pois excedia a visão simplista do externo, do que chamava a atenção, mas revelava o que era realmente importante, que dizia respeito a sua natureza interna. Assim, no discurso que se passa, nosso Senhor cobra algo que lhe é devido porque sua identidade é revelada como sendo da mesma natureza do Pai. Assim, honra passa a ser uma questão de identidade, não está relacionada ao que se faz, mas a ‘quem se é!’ Ela lhe é devida porque Ele se identifica com o Pai, assim pode dizer “todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai”! Não é uma questão de forma, mas de conteúdo! Agora, por que se honra o Pai?
O Pai é honrado porque tem o poder da ressurreição. Mas ao Filho foi dado este mesmo poder. Assim é que Jesus diz que tem autoridade para ressuscitar quem ele quer. No contexto que se passa a narrativa, Jesus acabara de curar um homem que há 38 anos estava numa situação deplorável. Mas quantos outros estavam assim ou pior? Por que Ele não permaneceu um pouco mais ali e apenas com uma palavra não libertou mais pessoas daquela escravidão? Porque a ele cabia a autoridade de julgar como quisesse, porque lhe foi dada pelo Pai. O Pai a ninguém julga, mas cabe ao Filho fazê-lo! “- Por que eu Senhor? O que eu tenho para que o Senhor me escolhesse?” “- Você? Nada! Nada para oferecer! Eu o escolhi porque Eu quis! É por isso que eu chamo de Graça!”
O Pai é honrado porque tem vida em si mesmo. Mas ao Filho também foi concedido ter vida em si mesmo! Só aquele que tem o poder de ressuscitar é quem tem vida em si mesmo. Nenhum de nós mortais nasce com vida em si mesmo. Isso parece algo estranho, mas a partir do momento que nascemos estamos num caminho que vai para a morte física. Além disso, já nascemos mortos num sentido espiritual! Mas pela Graça, já ressuscitamos em Cristo e temos uma vida futura, eterna, que já começamos a usufruir. Os mortos precisam buscar a fonte da vida!
Portanto, o Filho sim deve ser honrado pelos mesmos motivos que se honra o Pai. Honra é uma questão de identidade. A honra se dá pelo que se é, não pelo que se faz! Pois o que se faz é passageiro, mas o que se é permanece! Mesmo depois da morte física ainda lembramos e honramos aqueles que admiramos pelo que eles eram! Esse é um grande desafio para nós, pois se não nos identificamos com o Cristo, estamos fadados ao esquecimento. Em quem está firmada sua identidade? Isso sim é uma questão de honra!